45 anos de ”Animals”: Um dos discos mais aclamados do Pink Floyd.

Pink Floyd está entre as 5 bandas mais importantes da história do Rock, isso é um fato. Não da pra negar que o cuidado que eles tiveram com a sua discografia é algo invejável, então sempre quando eu venho falar sobre eles por aqui, sempre se espera um disco absurdo! Hoje um desses discos ”absurdos” de tão bons, está completando 45 anos, o aclamado ”Animals”!

O Pink Floyd até então, havia lançado em 1975, um dos maiores discos de todos os tempos, o antológico ”Wish You Were Here”, um disco mais uma vez muito conceitual, super bem acabado e que marcou o ano.

Em seguida a banda continuou os trabalhos e apostou mais uma vez num tipo de estrutura de músicas muito semelhante ao disco anterior, apenas 5 músicas comporiam o disco mas com o detalhe que 3 delas eram grandes switch que tinha diversas passagens instrumentais e caminhos inesperados. Muito por conta da banda ainda possuir algumas composições não acabadas de outrora, então se eu citar o título de pelo menos 2 dessas músicas, certamente você iria reconhecer elas em algum momento do disco como “Raving and Drooling” e “You Got to Be Crazy”.

A temática do disco foi baseada no icônico livro de George Orwell, chamado ”A Revolução dos Bichos”, que denomina várias das classes da pirâmide da nossa sociedade como tipos de animais, cães, porcos e ovelhas. Além disso, existe uma forte crítica ao capitalismo, Roger Waters tomou a frente do projeto e já nesse disco começou a ensaiar o que logo mais viria em 1979, o ”The Wall”!

A capa do álbum é um capítulo a parte nessa história, sem dúvida é uma das mais bacanas do Rock e é interessante notar um porco inflável enorme próximo à indústria que aparece na imagem. Ele era um objeto inflável real e deu bastante trabalho pro pessoal da produção na época. Como curiosidade, eu já tive o prazer de ir até esse local, vou deixar uma imagem minha aqui para vocês darem uma olhada, fica numa zona industrial de Londres chamada de Battersea. Hoje em dia a fábrica virou um local residencial e comercial.

Falando um pouco das músicas, o disco abre uma curtíssima balada ”Pigs on the Wing 1” que traz uma vibe muito boa e serve de introdução para a faixa a seguir que é uma paulada enorme ”Dogs”, minha música preferida do disco, os solos de guitarra de David aqui são inacreditáveis. Em seguida ”Pigs (In Three Different Ones)”, outra faixa extremamente grandiosa e maravilhosa, virou um dos pilares da carreira de Roger Waters, e de fato é uma música ímpar.

Já ”Sheep” eu não gosto tanto, apesar de ser boa, eu acredito que ela tenha muitos momentos monótonos que as vezes dão uma cansada. O disco fecha com ”Pigs on the Wing 2” que basicamente é uma continuação da faixa de abertura, quase que fechando como um filme. Faz um excelente contraste.

De considerações finais, ”Animals” é um disco que prova o quanto o Pink Floyd é uma banda foda. Eles conseguiram emendar uma sequência perfeita e inacreditável de discos na década de 70, cada um com uma identidade própria, com diversos clássicos da história. E serve de grande exemplo como uma banda que nunca se acomodou dentro de um molde sonoro, ou que fez um grande disco e abandonou o jogo em seguida. Fico muito feliz em poder falar um pouco dele para vocês nos 45 anos exatos de seu lançamento!

Autor: Neto Rocha

25 anos, e grande entusiasta de uma das coisas mais poderosas inventadas pelo homem, a música.

8 pensamentos

  1. O disco que me iniciou na obra do Pink Floyd há quase 20 anos está hoje completando 45 anos de lançamento. Sim, falo do grande Animals, o álbum que veio depois de outros dois grandes e até hoje aclamadíssimos álbuns: The Dark Side of the Moon (1973) e o meu favorito da banda, Wish You Were Here (1975). Com o tempo, quando eu me tornei fã da banda, descobri do que Animals se tratava: a visão de Roger Waters sobre o mundo político da época com base no livro de George Orwell chamado Revolução dos Bichos (isso em pleno auge do punk rock), que até hoje soa atualíssimo e que envelheceu muito bem. Foi composto em um momento em que as relações internas dentro do grupo começaram aos poucos a pesar entre seus membros, mais a camaradagem e o espírito colaborativo entre eles foi aos poucos se esfacelando também.

    Waters passou a partir daqui a comandar a banda com mãos de ferro, tornando-se uma espécie de “ditador” (o que mais tarde cobraria seu preço nos tribunais) e deixando de lado os outros membros, exceto David Gilmour (guitarrista e vocalista), que colaborou com Waters na música “Dogs”. Toda essa confusão que se viu dentro da banda e também durante a turnê de Animals (de onde saiu aquela história de que Waters cuspiu na cara de um fã durante um desses shows) resultaria em mais um disco do Pink Floyd que se tornaria outro marco na discografia deles: o duplo-conceitual The Wall (1979), que três anos depois se transformaria em um filme muito aclamado até hoje pela crítica, mas isso é outra história que inclusive já foi contada aqui no blog, quando The Wall completou 40 anos de seu lançamento (PS: parece que esta resenha foi retirada aqui deste blog, o que aconteceu?).

    Enfim, parabéns ao famoso disco do porquinho inflável voando sobre as chaminés da Battersea Power Station por se manter cada vez mais atual em todos estes anos desde o dia de seu lançamento no comecinho de 1977, dia 23 de janeiro. É muito legal hoje ver pessoas redescobrindo grandes discos como este!

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    1. Fala, amigo! De fato um grande disco! Um dos maiores e melhores de todos os tempos! Com relação ao The Wall, ele foi retirado por solicitação do autor. Mas pode apostar que ele vai retornar por minha autoria. Parabéns pelo comentário!

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      1. Obrigado, patrão… Inclusive lhe desculpou pelo atraso em responder, mesmo sem pedir… Sem dúvida os quatro discos do Pink Floyd do Dark Side ao The Wall são obras-primas inesquecíveis até hoje! Merecem ser sempre ouvidos!

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