Quando se fala em clássico e Jazz a primeira coisa que vem à minha cabeça é Miles Davis. Eu coloco ele entre os 5 artistas mais importantes do século 20, um músico extraordinário e à frente do seu tempo. Sua carreira tem várias fases distintas e da fase Fusion o disco ”Tribute To Jack Johnson” tem um valor enorme e hoje ele está completando 50 anos, vamos aproveitar e fazer uma review do contexto de seu lançamento.

O disco é conhecido tanto como ”A Tribute to Jack Johnson” quanto ”Jack Johnson, vale lembrar que no ano anterior, Miles havia lançado ”Bitches Brew”, um clássico que também ganhou uma review de 50 anos aqui no Entre Acordes. Mas falando do homenageado de hoje, ele é um disco um pouco mais Rock que o anterior, eu diria. Apesar de ambos serem Fusion na essência, aqui ele transmite uma sonoridade que agrada com mais facilidade os ouvintes de primeira viajem.
O disco foi idealizado como uma trilha sonora do documentário ”A Tribute To Jack Johnson”, sobre a vida do boxeador Jack Johnson e se consiste em apenas 2 músicas (1 em cada lado) e exala improvisação e bom gosto no seu decorrer. E também não era para menos, os músicos convidados são simplesmente a nata do jazz como os guitarristas John McLaughlin e Sonny Sharrock, os tecladistas Herbie Hancock e Chick Corea, o clarinetista Bennie Maupin e os bateristas Jack DeJohnette e Billy Cobham.
Esse time fez a diferença e trouxe uma sonoridade mais radiofônica se é que eu posso dizer isso, a guitarra é bastante proeminente durante o decorrer do disco e Miles Davis passeia pelos seus ouvidos durante a execução de ”Righ Off” e ”Yesternow”. O disco não obteve um grande sucesso comercial e eu sinceramente não entendo o porquê, naquela altura, os fãs já sabiam o que esperar da sonoridade de Miles que estava lançando seu terceiro disco no formato Jazz Fusion. Já nos dias de hoje, o disco é encarado como um dos maiores discos de todos os tempos e com razão, é uma verdadeira obra de arte.
A tribute to Jack Johnson é um disco simplesmente perfeito, é daqueles trabalhos que convertem qualquer fã de Rock ao Jazz, um trabalho muito original e virtuoso. Miles parecia ser um artista sem limitações e muito antenado sobre como outros gêneros poderiam ser colocados na sua música, é um disco fantástico e obrigatório para todos os leitores! Fica a homenagem e recomendação!
