A discografia do ”Boss” rendeu muitos clássicos que entraram para a história da música pop, com muitos discos impecáveis que resultaram em uma sonoridade autoral e bastante característica da E-Street Band. No dia 17 de Outubro de 1980, há precisos 40 anos, o Bruce lançou o disco mais grandioso da sua carreira, o The River. Vamos falar um pouco sobre ele e analisar o contexto em que ele foi lançado.

O Bruce Springsteen vinha numa crescente fantástica lapidando o seu som aos poucos, em 1975 ele havia estourado com o Born To Run, o disco que definiu a sua sonoridade, 3 anos depois em 1978 ele lançou outro ótimo trabalho, o ”Darkness In The Edge Of Town”. No ano de 1980, Bruce entrou em estúdio para gravar um novo trabalho, um disco mais ambicioso e até conceitual por assim dizer, com algumas sobras do disco anterior, Springsteen compilou algumas canções arquivadas com novas composições, desta vez o disco teria um teor mais maduro, com letras mais sérias e questionamentos pessoais.
À princípio, o The River seria um disco simples, mas Bruce insistiu para que o disco passasse a ser duplo com uma ordem mais trabalhada, consequentemente carregando uma vibe mais pretenciosa, que deu certo na minha opinião. Tanto que o disco foi um sucesso comercial, alcançando o número 1 da Billboard no Reino Unido, fato inédito na carreira do Bruce Springsteen. Ainda rendeu uma turnê enorme com shows muito grandiosos de aproximadamente 4 horas de duração.
Falando um poucos das músicas, temos logo na abertura ”The Ties That Bind”, uma pedrada de Rock N Roll, muito animada, enérgica, avassaladora e fantástica, ela era uma das sobras do ”Darkness In The Edge Of Town” que incrivelmente ficou de fora, sem dúvida uma das melhores músicas da carreira do Boss. ”Sherry Darling’, a segunda, também é maravilhosa, muito animada, eu adoro a vibe ao vivo dela. ”Independence Day”, é uma balada bem pessoal com uma melancolia agradável. Já ”Hungry Heart”, é bastante pra cima em sua sonoridade, seria uma música meio autobiográfica por acidente, de Bruce, ela foi o primeiro single pop dele entre os 10 maiores das paradas e como curiosidade, a música quase foi entregue para os Ramones, mas seu empresário o convenceu de não fazer isso. ”You Can Look (But You Better Not Touch)”, é uma pedrada no estilo de ”The Ties That Bind”, muito animada e dançante. ”I Wanna Marry You”, é uma balada de amor meio Country bem intimista, um grande destaque menos conhecido do disco. A faixa título ”The River” é uma das grandes músicas da carreira do Bruce, uma balada bem agradável e de bom gosto que ilustra bem esse amadurecimento dele.
De considerações finais, o The River representa o auge criativo de Bruce Springsteen, é um trabalho muito maduro, pretencioso, grandioso e certeiro. Ele foi um disco de amadurecimento artístico e entrou para a história como um dos maiores lançamentos do ano de 1980. Vamos celebrar os 40 anos deste clássico!
Meu álbum favoritíssimo do “The Boss” sendo finalmente homenageado por aqui. Quando se fala em Bruce Springsteen, muitos fãs citam Born to Run (1975) e Born in the U.S.A. (1984) como os trabalhos mais aclamados e icônicos da carreira do lendário músico norte-americano, o que não discordo, pois ambos os dois são clássicos absolutos. Gosto muito deles, mas para mim o melhor disco dele continuará sempre sendo The River, o quarentão de hoje. Mesmo tendo sido lançado quatro anos antes de sua consagração definitiva a nível mundial, Bruce a meu ver nunca conseguiu superar este que eu considero o melhor disco duplo da história ao lado de The Wall, do Pink Floyd (lançado um ano antes de The River), apesar de hoje possuir uma discografia repleta de outros grandes álbuns lançados com o passar dos anos. Enfim, o patrão iniciou a década de oitenta muito bem com este grande petardo e se seguiria assim nos anos seguintes. Longa vida a Bruce Springsteen e parabéns ao hoje quarentão The River.
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Apesar de achar The River a grande obra prima de Bruce Springsteen, o meu favorito é o Born To Run. Mas a discografia do Boss é bastante rica mesmo.
Com relação à melhor disco duplo da história, eu ainda considero Layla (1970) e Tommy (1969), melhores. Mas tudo isso que a gente citou, é demais!
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Com certeza, Neto… Falastes bem, são verdadeiras obras-primas!
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Sem dúvida, um dos melhores discos de Bruce & E.Street Band, embora para mim, por razões sentimentais, pois afinal foi o primeiro que comprei, o melhor continue sendo “Darkness of the Edge of Town”. Além das músicas relacionadas, também destaco “Two Hearts”, “Cadillac Ranch” (um trabalho sensacional de Max Weinberg – um dos melhores bateristas do mundo na minha opinião), “Stolen Car” (o piano sempre sensível de Roy Bittan mas principalmente os teclados de Danny Federeci) e já no final “Drive All Night”, com aquelas letras bem áridas do Bruce, sua interpretação mais rascante (se é que isso é possível) e o sax matador do Clarence. Um discaço, sem dúvida!
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Darkness On The Edge Of Town foi o disco que me converteu ao Boss. Clássico!
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Olá Neto Rocha! Eu não discordo das opiniões de vocês. Eu sei que a crítica, geralmente fala sobre os álbuns acima mencionados e que o auge de Bruce Springsteen é de 1975 até 1985 (seria a década áurea). Nos anos 80, particularmente, eu gosto muito de “Tunnel Of Love”. Músicas como “When You’re Lonely” mostra uma simplicidade em dizer “quando você está sozinho, você está sozinho…”. Todo o álbum, mostra um Bruce mais sóbrio que “Born In The U.S.A.”. Bruce continuou com músicas similares nos álbuns de 1992, como “Book Of Dreams”, “If I Should Fall Behind”, “My Beautiful Reward”. O meu álbum predileto é “Lucky Town” (1992). Bruce tinha 52 anos, provavelmente. Nas décadas posteriores, ele sempre mantém grandes álbuns. “The Rising” (2002), é o álbum mais “Born In The U.S.A.” após 1984. “My City Of Ruins”, “Waitin’ For A Sunny Day” e “The Rising”, são alguns dos destaques. Para não me estender muito, a música “Girls In Their Summer Clothes”, do álbum “Magic” (2007), está entra as melhores músicas de Bruce, das que eu já tive oportunidade de ouvir. Em 2020, ele gravou o álbum “Letter To You”. Pode ser que o auge de Bruce seja o próximo Rsrs. Ele é um dos raros artistas que mantém a regularidade. Longevidade com qualidade.
Alexandre Fernandes
p.s. sou músico compositor desde dezembro de 1993 / janeiro de 1994.
Abraços
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Olá, Alexandre! Muito obrigado pelo comentário rico em conhecimento e cheio de informação! Seja sempre bem vindo!
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