O ano de 1970 foi um ano muito particular. Só pelo fato de Jimi Hendrix ter o registro discográfico neste ano, por si só já o torna especial e a ser observado. O mais legal de tudo isso, é saber que esse registro não é só mais um disco, é um verdadeiro clássico. Há exatos 50 anos, chegava às lojas “Band Of Gypsys”.
Após sua apresentação no icônico festival de WoodStock com uma formação um pouco diferente (Mitch Mitchel na bateria e Billy Cox no baixo). Jimi já sem o vínculo com seu ex agente “Chas Chandler”, adotou uma outra postura e começou a desenvolver composições para compor seu novo disco. A formação por sua vez contaria com Buddy Miles na bateria e Billy Cox no baixo. Não só a formação estava diferente, o estilo do álbum seria puxado para algo mais Funk e Soul, e ele também não seria gravado num ambiente parecido com seus antecessores. Desta vez o novo lançamento de Jimi Hendrix seria um disco ao vivo e completamente inédito, gravado no Fillmore East.
O disco abre com “Who Knows”, e sim, sabe aquelas Jams que fomos acostumados a ver nas apresentações ao vivo? Isso não foi diferente em “Band Of Gypys”. Em mais de 9 minutos, Jimi Hendrix, Billy Cox e Buddy Miles nos entregam uma paulada com um riff poderoso de Hendrix e uma linha de baixo matadora conduzida por Cox.
“Machine Gun”, foi a faixa que Jimi passou mais tempo desenvolvendo. Que tal 12 minutos de uma viajem guiada pela Stratocaster mais famosa da história? A perfomance de Hendrix aqui é algo mágico, a música parece não ter um norte a seguir, ela simplesmente sai sem rumo, apenas com a intenção de passear pela platéia que talvez não estivesse pronta pra receber tudo aquilo. A bateria emularia as metralhadoras da guerra do Vietnã.
“Changes” é um petardo. A mais curta do disco porém, não menos paulada. Ela mantém o nível das duas anteriores, com seus belos solos. Assim como a seguinte, “Power To Love”, talvez a melhor do disco em termos de guitarra. Já, “Message To Love” é a mais suja entre as 6 faixas do álbum. O encerramento com “We Gotta Live Togheter” é praticamente uma improvisação frenética sem grandes pretensões.
“Band Of Gypys”, é o disco favorito de muita gente quando o assunto é Jimi Hendrix. E apesar de maravilhoso, é um disco de despedida em vida para Jimi, que faleceria alguns meses depois. O mais triste é ver que ele não seria um artista acomodado, em apenas 3 anos ele revolucionou tudo e já fez experimentações em novos estilos, e tudo indicava que um possível projeto com o gênio do Jazz, Miles Davis iria acontecer. O que nos resta é agradecer por podermos ouvir e apreciar esse grande clássico do ano de 1970, que hoje completa 50 anos.
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