45 anos de ”The Idiot”: Um denso e icônico disco solo de Iggy Pop.

Iggy talvez seja a definição perfeita do que é o Rock N’ Roll, além de ser um verdadeiro malucão, ele também é um grande frontman e através de performances memoráveis nos palcos e estúdio, ele cravou seu nome na história do Rock. Falando um pouco sobre a carreira solo dele, ela iniciou em 1977, mais precisamente há 45 anos e o disco que deu origem foi o maravilhoso ”The Idiot”!

Após a dissolução dos Stooges em 1974, Iggy ainda se encontrava numa forte luta contra às drogas e precisando de muita ajuda para tentar se libertar, Iggy aceitou um convite de David Bowie para o acompanhar na Isola Tour e acabou auxiliando Bowie que se encontrava no mesmo status de luta contra os vícios assim como Iggy Pop, os dois acabaram morando juntos na Europa, onde Bowie acabaria produzindo esse primeiro disco solo de Iggy, que seria intitulado como ”The Idiot”!

Saindo daquela sonoridade praticamente Punk dos Stooges, Iggy se desvencilha do estilo e passa para um som mais eletrônico, mais cadenciado, uma produção mais limpa mas tudo continua sombrio e denso como de costume. A ”mão” de David Bowie vai fazer muita diferença aqui. Para quem quiser entender o motivo dessa sonoridade ser uma tendência, basta ver o que Bowie estava fazendo na época, ele estava em processo da sua trilogia de Berlim que tem um sonoridade muito parecida com ”The Idiot”, então você pode esperar teclados, sopros e instrumentos eletrônicos.

Falando um pouco sobre as músicas, o disco abre com ”Sister Midnight”, uma faixa insistente, sombria e icônica demais, um início que tem a cara de Iggy, notem a diferença de estilo vocal que Iggy imprimi aqui desde o fim dos Stooges, vemos muitas mudanças para uma voz mais contida e menos caótica. ”Funtime” também é bem experimental e insistente, outro grande momento do disco. Já minha favorita do disco é ”China Girl”, uma composição verdadeiramente perfeita, grandiosa, a faixa mais popular do disco, tudo o que a envolve é maravilhoso, é uma faixa autobiográfica inspirada em um amor não correspondido! ”Tiny Girls” é uma faixa melancólica que traz uma bela cadência ao fim do lado B.

O título do disco foi tirado de um romance de Dostoiévski de mesmo nome, e reflete a personalidade forte de Iggy Pop. A capa por sua vez, dialoga muito bem com o conteúdo do disco. ”The Idiot” acabou se tornando um grande expoente influente do movimento pós punk, resumindo o avô do punk também pode ser avô do pós punk. Como curiosidade, reza a lenda que o vocalista Ian Curtis do Joy Division estava ouvindo esse disco em sua vitrola quando cometeu suicídio. A parada é pesada, é Iggy Pop, fica a nossa homenagem a Iggy e Ian nos 45 anos de ”The Idiot”!





Autor: Neto Rocha

26 anos, e grande entusiasta de uma das coisas mais poderosas inventadas pelo homem, a música.

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