A gente sempre fala sobre discos póstumos, a maior parte dele são bem descartáveis e só visam o lucro dos responsáveis. Acontece que alguns chegam a ser até os melhores trabalhos que acabaram não sendo finalizados ou por alguma questão jurídica, não é lançado. Hoje vou recomendar um grande disco póstumo de um artista que nunca errou, o ”Stellar Regions” do gênio John Coltrane.

Lançado em 1995, o disco foi um verdadeiro achado. Alice Coltrane, sua ex-esposa encontrou algumas fitas dos anos 60 com gravações de John Coltrane que não haviam sido lançadas (em sua maior parte), é uma espécie de coletânea com gravações arquivadas por assim dizer.
A banda no disco se consiste em John Coltrane no saxofone, Rashied Ali na bateria, Alice Coltrane no piano e Jimmy Garrison no baixo. E o que eu acho mágico nesse lançamento, é que tiveram um cuidado com a produção das faixas, elas estão numa ordem específica que faz com que o disco esteja interligado entre si de maneira muito coesa e fiel, confesso que na primeira vez que eu ouvi, eu não cogitei pensar que esse não fosse um disco fechado.
John Coltrane cria um clima muito misterioso no decorrer das faixas e logo na primeira ”Seraphic Light”, já notamos uma vibe bem grandiosa que nos prende a atenção em poucos segundos, o tipo de coisa que só um dos maiores nomes da história da música é capaz de fazer.
Sem exagero algum, eu considero ”Stellar Regions” como um dos melhores discos de toda a carreira de Coltrane, ele transmite um sentimento muito íntimo que me cativa bastante e me faz ter vontade de ouvir à noite, talvez lendo um livro ou tomando um vinho, é uma recomendação de ouro e para os ouvintes de Jazz é um caminho certeiro!
