Se já não bastassem terem marcado a história com discos perfeitos, os Beatles, mesmo depois o fim da banda construíram carreiras solo que invejam muitas bandas da época. Logo após o fim da parceria com John, Paul e Ringo, George Harrison nos presenteou com um disco simplesmente mágico e emocionante que está completando exatos 50 anos, o ”All Things Must Pass”! Vamos explorar mais a sua história e cada uma das faixas aqui no Entre Acordes!

Acho interessante começar a nossa conversa em 1966, mais precisamente com o lançamento do disco ”Revolver”, a partir dele, George Harrison iniciou um crescimento musical de maneira exponencial, que chegou ao ápice com o lançamento de ”Abbey Road” de 1969, onde suas músicas ”Something” e ”Here Comes The Sun” eram os maiores sucessos daquele trabalho. Então a gente sabe que a falta de espaço para 3 cabeças geniais de composição dentro dos Beatles não resultaria em algo diferente do que cada um acabar seguindo uma carreira solo e guia-la com o prestígio de ser um ex-Beatle. Claro que as brigas e problemas de ego também somariam à esse fim, e consequentemente, o começo de algo novo.
Com muitas composições em mãos desde à sua época dos Beatles e que acabaram não tendo espaço para serem utilizadas, George Harrison convida o produtor Phil Spector para ir à sua casa e com um violão, ele mostra dezenas de composições com potencial que poderiam entrar num disco solo, Phil conta que ficou maravilhado com o nível das músicas e junto ao seu estilo de produção chamado “Wall Of Sound”, ele daria um toque bem grandioso às faixas, que na prática teve um resultado brilhante.
O material era tanto que resultou num disco triplo, que na verdade seria duplo na prática, pois na época que ele foi lançado, o material do terceiro disco é consistido mais por Jams e músicas semi-finalizadas, eu diria que foi uma espécie de box deluxe, antes mesmo de existir o termo.
Para a gravação do disco, além de Phil Spector na produção, George Harrison contou com músicos renomados de apoio em diversas faixas, entre eles estão: Eric Clapton, Ringo Starr, Gary Wright, Preston, Klaus Voormann, John Barham, Badfinger e Pete Drake.
A sonoridade do disco, inspira esperança, mas ao mesmo tempo possui uma vibe melancólica, acredito que seja dessa maneira como George lidou com o fim dos Beatles, ele ficou chateado com aquela história toda e acredito que ele se sentia seguro numa banda onde Lennon e McCartney tomavam à frente, mas ao mesmo tempo ele tinha condições de começar algo grande sozinho e sua crescente como músico ja tinha provado isso. Podemos ver um pouco mais ao decorrer das faixas que ele realmente estava pronto para compor um dos melhores e maiores discos de todos os tempos! Como curiosidade, esse disco vendeu mais que ”Imagine” de John Lennon e ”Band On The Run” de Paul McCartney.
O disco abre com ”I’d Have You Any Time”, uma música em parceria com Bob Dylan, que exala muito a vibe do disco, bem grandiosa porém simples, muito bem produzida e sensível, uma linda abertura. ”My Sweet Lord” é o grande sucesso da carreira solo de George Harrison, uma linda canção de amor à Deus, uma verdadeira obra de arte, Phil Spector disse que quando ouviu ela pela primeira vez ele já sabia que seria um clássico, e convenceu George de que a música deveria ser um single, George temia que o público não a recebesse bem por conta de seu teor religioso. ”Wah-Wah”, é uma das grandes músicas desse disco, ela seria uma crítica à Paul McCartney, ela possui solos de guitarra de muito bom gosto e George canta com muita energia. ”Isn’t It A Pitty”, pra mim é a melhor faixa do disco, uma música bem melancólica, grandiosa e emocionante, seria mais uma com uma temática sobre o fim dos Bealtes, assim como ”Run Of The MIll”. No decorrer das faixas, é nítido que George ficou bem sentido com o fim da amizade entre eles, mas isso serviu de inspiração para músicas desse calibre.
Duas outras que são das minhas favoritas do disco são: ”What Is The Life” e ”Awaiting On You Wall”, a primeira é um Rock épico maravilhoso e daquelas que se fossem apresentada em estádios, seria um momento de êxtase. A segunda é uma das mais animadas de todo o disco, e cria um clima diferente do álbum. Por último, a faixa título ”All Things Must Pass”, é um verdadeiro deleite para todos os ouvintes!
É difícil representar toda a importância de ”All Things Must Pass” para a história da música e na minha vida. Na vida de George Harrison, ele foi extremamente importante para a carreira e nos mostra o quanto potencial ele tinha ”escondido” ainda nos Beatles. Hoje é um disco referenciado e tranquilamente é um dos maiores discos da história! É uma honra poder falar dele nos 50 anos do seu lançamento! Fica a homenagem do Entre Acordes!

Guilherme taucci monteiro
Chupetinha .
Sofria bullying.
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Guilherme taucci monteiro
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Chupetinha.
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