Aretha Franklin é uma das maiores vozes da história da música, chegou a ser eleita como a maior de todos os tempos pela revista Rolling Stone. Sendo a primeira ou não, é indiscutível que ela possui um poder único em sua voz, tanto tecnicamente quanto em todos os outros aspectos necessários para ser uma grande voz do soul. Sua carreira possui grandes clássicos porém hoje vamos recomendar um disco que não é um clássico mas deveria ser, o lindo ”Spirit In The Dark”!
Vindo do bom ”This Girl’s in Love with You” do mesmo ano. Aretha Franklin opta por registrar mais um disco no ano de 1970 e entra em estúdio para compor este que seria um pouco diferente dos seus trabalhos anteriores.
Apesar de ter feito sucesso médio, ”Spirit In The Dark” foi elogiado pela crítica. Acredito que não tenha alcançado as massas pelo clima levemente soturno que o disco propõe desde a sua capa. E em termos artísticos, eu acredito que tenha sido um acerto para Aretha, já que ela havia uma carreira totalmente estabelecida, então arriscar um pouco não traria grandes consequências negativas. Acredito que a vibe do disco tenha refletido um pouco a sua vida pessoal, um desses reflexos era seu divórcio que acontecera pouco tempo antes.
O disco abre de uma maneira um pouco mais animada com ”Dont Play That Song”, mas logo em seguida o clima fica mais pra baixo em ”The Thrill Is Gone (From Yesterday Kiss)”, e eu não digo isso de uma maneira negativa. A faixa título também é um ponto alto do disco, uma pegada Soul/Gospel só que um pouco mais contida em comparação aos trabalhos mais enérgicos de Aretha. Como curiosidade para os fãs de Allman Brothers, em ”When The Battle Is Over” que é o momento mais Rock N Roll do disco, conta com o grande Duane Allman na guitarra! ”Why I Sing The Blues”, caiu muito bem também na voz de Aretha fazendo com que B.B. King ficasse orgulhoso, acredito eu.
”Spirit In The Dark” é um disco um pouco de diferente de Aretha Franklin, mas não um trabalho conceitual ou fora curva, mas sim um disco confessional. É um lançamento muito bom e o ponto que me instiga a ouvir mais esse disco é o fato de Aretha estar um pouco mais contida, acredito que fez bem pra ela esse estilo menos ”gritado” por assim dizer. Vamos fugir um pouco dos lançamentos mais clássicos e ouvir mais um outro lado de Aretha!