Ao contrário do que muitos acham, eu considero o período da década de 70 um ótimo momento dentro da discografia solo do genial Eric Clapton. O seu autointitulado disco de estreia de 1970 é uma obra irretocável, o seguinte ”461 Ocean Boulevard” de 1974 é tão bom quanto o primeiro. Em 1975, mais precisamente há exatos 45 anos, Eric lançava um de seus discos menos inspirados da década de 70, ”There’s One In Every Crowd”.
Após a grande volta ao estúdio depois de um período isolado com o vício em heroína, Eric lançou um dos melhores discos de sua carreira em 1974, ”461 Ocean Boulevard”. No ano seguinte, na Jamaica, Clapton e sua banda se reuniram para gravação de um novo disco (There’s One In Every Crowd), um disco com uma sonoridade parecida com seu antecessor, porém com sucesso comercial bem inferior.
A abertura ”We’ve Been Told (Jesus Is Coming Soon)” é bem interessante. A vibe da Jamaica é bastante presente no disco. Não por acaso, o estilo Reggae é bastante presente no disco como podemos ver em ”Swing Low, Sweet Chariot”, ”Litle Rachel” e ”Don’t Blame Me”. O blues tamém está presente no disco ”The Sky Is Crying” e ”Singin’ The Blues”, ambas criam um bom momento mas evidenciam a desorganização das composições. Se existe uma música memorável nesse disco, eu diria que é ”Pretty Blue Eyes”, uma balada lindíssima, sensível no melhor estilo do Clapton. ”Opposites” por sua vez é um encerramento emocionante. Talvez, a irregularidade do disco é justificada pela pressa na finalização das composições e gravação do disco.
Como curiosidade, a pedido de Clapton o disco iria ser intitulado como “World’s Greatest Guitar Player (There’s One in Every Crowd)”, porém a gravadora vetou rapidamente a ideia e o disco foi lançado apenas com ”There’s One In Every Crowd”.
”There’s One In Every Crowd” é um disco irregular. Ele é um dos trabalhos menos inspirados da discografia de Eric na década de 70, mas mesmo assim é um trabalho que merece uma audição atenta, ele possui algumas músicas excelentes e mostra uma sequência em estúdio depois do hiato no início da década. Fica o registro dos 45 anos desse trabalho de um dos maiores guitarristas e todos os tempos.