40 anos de ”Joe’s Garage Acts 1,2 e 3”: A ópera rock de Frank Zappa.

O conceito de discos que contam uma história são muito presentes no rock, são as chamadas ”óperas rock”, desde os anos 60 discos como ”The Story of Simon Simopath” da banda inglesa Nirvana, o ”SF Sorrow” do The Pretty Things e o  ”Tommy” do The Who marcaram a década, depois disso diversos discos nesse formato continuaram sendo produzidos nos anos 70 e hoje vamos falar sobre uma ópera rock que foi lançada lá no finalzinho dessa década, ”Joe’s Garage Acts 1,2 e 3”.

É claro que um gênio como Frank Zappa, que sempre entrou de cabeça em experimentalismo, diversos gêneros e conceitos totalmente diferentes iria compor uma ópera rock em algum momento de sua carreira. E foi aqui que isso aconteceu. Como curiosidade, de início Zappa estava trabalhando em cima de algumas musicas soltas, só que em algum momento ele percebeu que todas elas tinham uma relação entre si, foi aí que ele resolveu criar uma história em cima dessas ideias.

Frank Zappa 1979

O próprio Zappa descrevia o álbum como uma “pequena estúpida história sobre como o governo vai acabar com a música”, toda a história do disco é narrada por um personagem intitulado como ”Escrutinador Central” que conta a história do personagem principal ”Joe”, um adolescente que forma uma banda de garagem, mantém relacionamentos insatisfatórios com as mulheres, dá todo o seu dinheiro a uma religião insincera e assistida pelo governo, explora atividades sexuais com aparelhos e é preso. Depois de ser libertado da prisão para uma sociedade distópica em que a própria música foi criminalizada, ele cai na loucura.

Musicalmente, o disco apresenta diversos gêneros e não segue uma linha óbvia, como de costume quando falamos de Frank Zappa, jazz, lounge music, pop, rock e muito humor em praticamente em todas as musicas. Em suas letras, “Joe’s Garage”, aborda temas de individualismo, livre arbítrio, censura, indústria musical e sexualidade humana, enquanto critica o governo e a religião e satiriza o catolicismo e a cientologia.

Se existe uma música que se sobressai no disco é “Watermelon In Easter Hay”, Zappa a considerava a melhor musica do disco e uma das melhores de sua carreira. Ela seria uma representação dos sentimentos do protagonista ao perceber que seu fim está próximo. Os solos de guitarra aqui são extraodinários.

Originalmente o disco se dividiu em dois lançamentos, o primeiro como um álbum simples e o segundo como um álbum duplo. Alguns anos mais tarde ocorreu um lançamento único, unindo tudo num álbum triplo.

As críticas foram muito variadas entre positivas e negativas, as negativas em sua maioria criticavam as letras profanas do disco, mas com o passar dos anos o disco ganhou aquele clássico julgamento de disco ”cool” e hoje em dia é um disco reverenciado.

Eu fortemente recomendo que você reserve 2 horas do seu tempo e entre de cabeça em “Joe’s Garage”, um dos grandes discos do gênio Frank Zappa! Fica a recomendação nos 40 anos de seu lançamento.

Frank Zappa Joe's Garage

 

 

 

Autor: Neto Rocha

25 anos, e grande entusiasta de uma das coisas mais poderosas inventadas pelo homem, a música.

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