Critica: “Tranquility Base, Hotel & Casino” – Arctic Monkeys.

Após 5 anos de espera, os fãs de Arctic Monkeys finalmente receberam material novo.

Vindo do incrível “AM” de 2013, os Arctic Monkeys lançam o seu sexto disco de estúdio, intitulado “Tranquility Base Hotel & Casino”, produzido por James For e Alex Turner.

Quem veio esperando um novo “AM”, vai ficar um pouco desapontado, as guitarras pesadas e marcantes deram lugar a pianos e sintetizadores.

Um disco produzido em sua maior parte dentro de uma casa, nos traz uma sonoridade muito diferente do que vinha sido feito pela banda, resultando num belo disco conceitual.

Quando vi pela primeira vez o último ensaio de fotos da banda, e a capa do disco, eu já tinha em mente que seria algo totalmente diferente. Depois vi os títulos das músicas e pensei: “ Ah! Isso não deve ser um disco sério”. E me surpreendi mais uma vez, mas positivamente..

Vamos às faixas:

“Star Treatment” – A primeira coisa que chama a atenção é a ausência do peso guitarras que viraram uma marca da banda que se consagrou no disco “AM” (2013). Essa é uma balada com ritmo bem lento, guitarras pontuais, que tomam conta da musica somente no final dos seus quase 6 min.

“One Point Perspective” – Um trabalho simples de piano em conjunto de uma guitarra suave, fazem dessa mais uma grande música da carreira do Arctic Monkeys. Aqui na minha visão, fica mais evidente uma proposta de uma sonoridade mais espacial que a banda reafirma na emenda com a próxima faixa…

“American Sports” – Curta, com seus menos de 3 minutos, é uma música muito mais puxada pro psicodélico e espacial. Aqui definimos que temos um disco conceitual.

“Tranquility Base Hotel & Casino” – Faixa título, com a presença de pianos e sintetizadores, traz uma batida mais pop.

“Golden Trucks” – Outra faixa com presença de sintetizadores e uma temática bem espacial, parecida com oque o Pink Floyd fez em sua carreira. Os back In vocals trazem à memória o Queen.

“Four Out Of Five” – Provavelmente a melhor faixa do disco. É o mais perto que esse Arctic Monkeys chegou daquele que todos conhecem.

“The World’s First Ever Monster Truck Front Flip” – Mesma ideia da “One Point Perspective”, é destaque aqui vai para os “Back In Vocals” cirúrgicos.

“Science Fiction” – Mais uma bela faixa com sintetizadores, violão, guitarra e tudo mais! Aqui já vemos uma batida mais pop que deve agradar os fãs da banda.

“She Looks Like Fun” – Na minha visão inspiração clara no grande David Bowie! Gosto dessa sonoridade de bateria da virada dos anos 60 pra 70.

“Batphone”- Sintetizadores mais uma vez em ação, funciona muito junto aos pianos e guitarras pontuais.

“The Ultracheese”- Outra balada elaborada pela banda, o ritmo me lembra os Hits que consagraram Elvis Presley.

Eu não encerraria com essa faixa, mas essa decisão não estraga o disco, muito pelo contrário, completa esse bom e ousado trabalho dos Arctic Monkeys.

Os fãs tendem a gostar mais do Lado B do disco, porque a presença das guitarras é mais forte.

 

 

Tranquility Base, Hotel & Casino” não é um disco fácil e para o entendimento da proposta, recomendo que escute pelo menos 2 vezes o álbum.

Depois de ouvir o disco e analisar o material de divulgação, gostaria de fazer mais algumas observações.

Os Arctic Monkeys, poderiam seguir a fórmula do “AM” e trazer novamente aqueles sucessos de rock de arena, com refrões grandiosos. Porém a banda teve coragem e lançou um trabalho totalmente conceitual com uma sonoridade espacial, na contra-mão de tudo. Isso me deixa contente.

Amigos, eu acho que esse é um disco de transição da banda, não acho que é só um disco experimental, mas isso só o tempo dirá.

Fazendo uma comparação dadas as suas devidas proporções, quando os Beatles lançaram o clássico “Rubber Soul”, eles saíram daquela sonoridade mais “inocente” digamos assim e investiram em letras mais pesadas. Isso é oque acontece aqui. Não só nas letras como na aparência.

Digo na aparência, porque quando vi uma das primeiras fotos de divulgação do disco, em que estão os 4 integrantes posicionados, sendo que 3 estão olhando para trás da câmera e só o Alex olha para câmera, a primeira coisa que veio na minha cabeça foi a capa do “Rubber Soul”.

E olha só como é semelhante o posicionamento dos integrantes em relação aos astros de Liverpool.

Analise as imagens:

Acredito que não é oque a maioria dos fãs da banda esperavam, mas eu gosto da ideia de se reinventar, ainda mais quando funciona, que é oque acontece nesse bom e novo trabalho dos Arctic Monkeys.

Fica de recomendação para vocês!

Autor: Neto Rocha

25 anos, e grande entusiasta de uma das coisas mais poderosas inventadas pelo homem, a música.

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