“Lavô Tá Novo”: O feito histórico do Raimundos em unir o Punk Hardcore com a música nordestina.

Como eu amo o Rock dos anos 90! Sendo uma criança nos anos 2000, eu peguei a onda dessas bandas que bombaram durante a década anterior, talvez a última possível onde bandas como o Raimundos poderia surgir, livre da atenta patrulha do politicamente correto que impera nos tempos atuais. Mas eu gostaria de voltar para 1995 e falar um pouco sobre um dos melhores e mais pesados discos da história da música brasileira, o grande “Lavô Tá Novo”!

Após lançar o homônimo disco de estreia em 1994, a banda entrou em 1995 com o enorme desafio de produzir o segundo trabalho em torno de grande expectativa e elegido para a produção, estava Mark Dearnley, que trouxe mais clareza como um todo, principalmente um peso a mais aos riffs do Digão, ao mesmo tempo que manteve as raízes da banda, que tem como influência a música nordestina executada com maestria e bom gosto.

Falando sobre os destaques do disco, a abertura com “Tora Tora”, é o cartão de visitas ideal, belo riff do Digão, assim como o trabalho de guitarra como um todo, ao vivo essa faixa tinha uma força incomparável. E o que falar do grande clássico, “Eu quero ver o oco”, uma pedrada sem precendentes que virou um verdadeiro hino, a perfomance do Rodolfo é histórica. Minha favorita, talvez seja “Esporrei na manivela” que ao meu ver seria a música que mais explica o som da banda, todos os elementos estão aqui. Seria impossível não mencionar “I Saw You Saying (That You Say That You Saw)”, uma das faixas mais pop de toda carreira deles, excelente.

De considerações finais, “Lavo Tá Novo” é um disco completamente visceral, pesado, agressivo mas com temperos palatáveis e bem humorado, atingiu mais de meio milhão de cópias vendidas. É muito curioso o resultado que a banda conseguiu alcançar neste segundo trabalho que para mim é o melhor e definitivo deles, a essência está aqui. Se você procura música verdadeiramente autoral, autêntica e visceral este é um combo completo, segure nas paredes e de o play!

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Autor: Neto Rocha

28 anos, e grande entusiasta de uma das coisas mais poderosas inventadas pelo homem, a música.