Nos tempos atuais é mais recorrente ver boas, verdadeiras e sinceras autobiografias musicais, acontece que nem sempre foi assim, um dos eventos que mudaram a forma como se escreveria dali por diante seria o lançamento da autobiografia do Eric Clapton. Chegou a hora de falar da que talvez seja a maior e melhor da história da música, vamos conversar um pouco sobre ela e entender o motivo desse ser um livro obrigatório para qualquer pessoa colocar em sua lista!

Eric Clapton é um dos músicos que possui uma das histórias mais turbulentas e curiosas. Tantos eventos que chacoalharam sua carreira e vida pessoal são dignos de roteiro de cinema, sem contar sua linda e rica trajetória musical, emplacando verdadeiras obras primas ao longo dos últimos 60 anos.
Não seria exagero dizer que o livro é praticamente perfeito, e já aviso o quão difícil é pra mim falar sobre essa obra já que ele mudou minha vida, a maneira como eu passei a enxergar algumas coisas e ver o quão persistente e forte a gente pode ser, além de me emocionar praticamente durante todo o livro. Eu ainda não consigo entender como alguém pode ter passado por tanta coisa e ainda assim se manteve firme e até os dias de hoje está firme tocando sua música sem transparecer esse background turbulento.
A grande parada dessa autobiografia é a maneira como Eric Clapton a conduziu, diferente de muitos músicos que focam mais em detalhes supérfluos de sua vida pessoal, ele adentrou em seus sentimentos mais obscuros e revelou seu ponto de vista de todos os eventos que os fãs mais queriam saber sobre, sem rodeios e sem maquiagem.
Você pode esperar um balanço perfeito entre a vida pessoal e profissional de Eric Clapton, ele relata muito bem como foram aqueles momentos mágicos na década de 60 com os Yardbirds, John Mayall & Bluesbrekers, Cream, Blind Faith, Derek And The Dominos, carreira solo e relacionamento com os Beatles.
A gente consegue sentir em cada linha o que Eric sentia naquela época como em seu relacionamento polêmico com Pattie Boyd, ”traindo” seu melhor amigo George Harrison como também tendo sua alma devastada com a prematura morte de seu filho Conor Clapton de 5 anos que acabou caindo da janela de um prédio, esse evento foi a grande inspiração para Clapton compor um de seus maiores clássicos ”Tears In Heaven”.
Chegando no final do livro você começa a sentir pena do Eric, pela forma tão negativa que ele se via tanto profissionalmente quanto na sua vida particular, ele não mede esforços para resgatar as lembranças mais antigas e muito menos para colocá-las no papel sem medo de ser julgado ou ser visto como uma má pessoa. Clapton tem uma consciência muito clara e sóbria do seu passado, sóbrio aliás era outra palavra que estava fora de cogitação em boa parte da sua vida, inclusive ele chegou a ter problemas extremamente graves por conta de álcool e drogas, chegando a ter um período apagado de sua memória, é tudo muito louco.
De considerações finais, a autobiografia de Eric Clapton é o melhor livro que já li na vida, sem qualquer dúvida. Além de ser uma história instigante de um dos maiores músicos de todos os tempos, ele também tem o poder de mudar a sua visão de muitas coisas da vida, é muito emocionante. Eu recomendo fortemente que corram atrás de mais essa que é digna de ganhar um lugar na cabeceira de todos os seguidores aqui do Entre Acordes!
