Eu gosto de falar sobre os discos que foram responsáveis pela virada na carreira dos artistas! Alguns deles já ganharam uma review aqui no Entre Acordes e hoje vamos comemorar os 45 anos de uma verdadeira obra de arte que foi responsável pela virada na carreira do Queen, o ”A Night At The Opera”!

Os álbuns da década de 70 da banda são simplesmente perfeitos, no ano de 1974, eles lançaram 2 discos, o ”Queen II” e o ”Sheer Heart Attack”, ambos com influências do Rock Progressivo e de certa forma, bem obscuros. Acontece que a banda ainda não havia feito um grande sucesso comercial até então, e seus contratos na época não lhe rendiam muito dinheiro.
Foi então que o Queen resolveu fazer uma grande mudança no seu cenário, eles renegociaram seus contratos e apostaram num novo método de composição e numa produção mais sofisticada, uma das maiores daquela época, tanto que resultou no disco mais caro de todos os tempos até aquele ano.
Músicas mais elaboradas e mais grandiosas seriam compostas, instrumentos pouco convencionais e harmonias vocais seriam mais bem trabalhadas e elaboradas, para isso, a banda investiu nas gravações e acabaram se retirando em uma fazenda para compor e ensaiar as músicas desse que seria um dos maiores discos já feito em todos os tempos.
Podemos ver essas mudanças um pouco melhor, analisando as faixas, a começar pela primeira ”Death On Two Legs (Dedicated To…)”, ela abre com uma vibe até heavy metal e podemos notar que ela é bem elaborada antes de seu primeiro minuto, ela seria uma crítica ao ex-empresário da banda, Norman Sheffield que teria feito um péssimo gerenciamento da banda no início de carreira dela, gostaria de destacar a maneira como Freddie Mercury a canta, com bastante raiva e força. A seguir, temos uma ”vinheta” de pouco mais de 1 minuto, chamada “Lazing on a Sunday Afternoon”, uma faixa bem mais leve que contrasta bastante com a primeira, Freddie praticamente canta apenas com um falsete meio ”debochado” que combina bastante com o ritmo da faixa. ”I’m In Love With My Car”, representa bastante a diversidade de composição dentro da banda, o baterista, Roger Taylor descreve seu amor pelo automobilismo e canta (no melhor estilo Rod Stewart) com muita alma, como curiosidade, o som de carro na faixa é um Alfa Romeo do próprio Roger.
”You’re My Best Friend”, uma das melhores composições do baixista, John Deacon, uma música sobre o verdadeiro sentido da palavra amizade, foi um dos singles e atingiu pontos altos das paradas, o maior destaque da faixa vai para a performance vocal de devoção de Freddie Mercury. “Sweet Lady”, é uma das faixas mais pesadas do disco, um Hard Rock poderoso com um belo riff de guitarra. ”Propeth’s Song”, é uma das faixas mais grandiosas da banda, a mais longa do disco, ela tem vários elementos do Rock Progressivo e tem uma vibe grandiosa que combina muito com o conceito do disco, Freddie prova de uma vez que é o maior vocalista da história do Rock. ”Love Of My Life”, é a grande balada não do disco mas de toda a carreira do Queen, diferente de como ficou conhecida na versão ao vivo, consistindo em voz e violão, aqui ela é mais rebuscada, com voz, piano e até harpa, ela traz um sentimento de melancolia que colabora para um fim dramático do disco.
Agora chegou a hora de falar da maior música da história do Rock, “Bohemian Rhapsody”, composta por Freddie Mercury é uma das músicas mais geniais e diferentes de todos os tempos. Ela foi composta por partes, pelo fato dos integrantes não entender qual era o caminho que a composição teria, ela foi chamada por eles como ”Fred’s Thing” (a coisa do Freddie), Mercury guiava as gravações e pedia determinadas ações isoladas com os instrumentos para cada um e harmonias vocais que levaram mais de 70 horas para serem concluídas. Ele pensou em diferentes estilos para a mesma composição, indo desde a ópera até o Hard Rock e desenvolveu uma faixa extremamente épica com uma letra que cabe diversas interpretações, mas acredito que o que mais deva ganhar destaque, além da musicalidade é a interpretação na voz de Freddie Mercury, ele da tudo de si em cada verso e sem contar a incomparável sensibilidade, ele desfila técnica, desde um falsete maravilhoso, até uma potência no melhor estilo Hard Rock setentista. O encerramento melancólico após toda a ”confusão” desempenhada no seus quase 6 minutos é de derrubar qualquer um, com certeza um dos momentos mais emocionantes para qualquer fã de música que já passou pela terra. Um verdadeiro épico no melhor sentido da palavra, um monumento histórico. O disco encerra com, “God Save the Queen”, o hino da Inglaterra, que também marcou o encerramento de todos os shows da banda posteriormente.
”A Night At The Opera”, foi um sucesso arrebatador para o Queen, elevou a banda para outro patamar e depois de todo o esforço, trouxe o retorno esperado para o grupo e merecidamente. Também foi o disco que definiu completamente sonoridade da banda, é de fato, daqueles discos obrigatórios em qualquer coleção de um fã de música e por todos esses motivos já citados, é um dos maiores discos de todos os tempos! Fica a homenagem do Entre Acordes, nos 45 anos dessa obra de arte!
