50 anos de ”Everything Is Everything” – A grandiosa estreia de Donny Hathaway.

Donny Hathaway está longe da popularidade avassaladora de grandes nomes da Soul Music como Michael Jackson, Marvin Gaye, James Brown e Stevie Wonder, mas eu poderia dizer que em termos de talento e voz ele não fica atrás de nenhum desses citados. Em 1970, mais precisamente há exatos 50 anos, ele dava início na sua pequena e perfeita carreira solo, com o lançamento de ”Everything Is Everything”.

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Após mudar para Chicago no final dos anos 60, Donny começou a trabalhar num material (em sua maior parte inédito) para compor seu primeiro disco solo, ele viria como um trabalho um pouco mais ”inocente” por assim dizer. Em comparação ao restante de sua carreira sem dúvida sua estreia soa um pouco menos densa que os demais, mas isso não faz o disco menor.

Em ”Everything is Everything”, Donny nos apresenta uma boa mistura de músicas alto atrais e baladas um pouco menos enérgicas, que na minha visão eram a mina de ouro na voz dele, eu vejo esse tipo de sensibilidade para interpretar uma balada em no máximo 10 figuras do Soul na história, e ele se encontra nessas 10.

Podemos ver um pouco desse talento de Donny em algumas faixas específicas do disco:

”Je Vous Ame (I Love You)”: Talvez o mais belo registro do disco, uma balada extremamente linda e sentimental, como o título sugere, ela é cantada em inglês porém com pequenas inserções de francês. Diferente e certeiro. A facilidade de Donny em alcançar qualquer região de sua voz é assombrante.

”Misty”: Para me contradizer um pouco, nesta faixa específica podemos ver um pouco da tal música mais ”densa” que eu havia comentado que apareceria mais em discos futuros de Donny. Sem dúvida outro grande destaque.

”Tryin’ Times”: Só pelo fato de ter sido composta em conjunto entre Donny Hathaway e Leroy Hutson já é digna de nossa atenção, um faixa mais obscura e confessional, ela representa bem o nível altíssimo de composição de Donny.

”Everything Is Everything” é daqueles discos obrigatórios, ele é grandioso, recheado de grandes composições e pode tranquilamente ser citado como o melhor trabalho de Donny, apesar de eu ainda preferir o disco seguinte ”Donny Hathaway” de 1971 e o de ”Extension Of A Man” de 1973. Ele marca um ponto de partida para uma evolução rápida de suas composições para seus próximos discos. Os apaixonados pela Soul Music certamente irão conhecer a carreira deste grande nome, mas para o público em geral pode ser um grande novidade, fica a recomendação!

Everything Is Everything

Autor: Neto Rocha

25 anos, e grande entusiasta de uma das coisas mais poderosas inventadas pelo homem, a música.

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