Michael Samuel Kiwanuka é tranquilamente um dos mais talentosos nomes do cenário musical atual, nascido na Inglaterra, ele carrega consigo influências nítidas de muita coisa boa dos anos 60 e 70 como Bill Withers, Ottis Redding, Funkadelic e Jimi Hendrix. Apesar da curta carreira, Michael apresenta grande amadurecimento musical e no último dia 1 de novembro, fomos presenteados com uma verdadeira obra-prima, o ”KIWANUKA”, seu terceiro disco de estúdio.
Já relevante na cena, Michael acumula um disco de ouro com ”Home Again” de 2012 e um primeiro lugar no Reino Unido com o ”Love & Hate” lançado em 2016. Com uma sonoridade moderna e ao mesmo tempo retoques vintage, Kiwanuka concluiu a obra-prima de sua carreira, dificilmente ele vai atingir um nível maior que esse, e eu torço para que eu esteja errado, digo isso para tentar mostrar o quão bom é seu novo disco ”KIWANUKA”!
Aqui temos um disco mais pretencioso, e mais fechado no sentido de que praticamente todas as músicas funcionam mais juntas do que separadas, nota-se uma preocupação á moda antiga, no sentido de entregar um disco que cabo a rabo irretocável e sem gordura. O disco nos faz sentir sensações conflitantes, algo como uma imensidão e ao mesmo tempo uma vibe intimista muito por conta da produção junto á sensibilidade das canções, é algo muito grandioso e belo. Só ouvindo para entender.
Por toda essa ligação entre as faixas fica até difícil destacá-las individualemente, mas tentarei dar uma idéia do que é essa experiência incrível de 51 minutos de duração. Começando com a faixa que abre o disco ”You Ain’t A Problem”, uma das mais animadas, com belo trabalho de percussão e sintetizadores, que fazem um contraponto interessante á produção crua da bateria e da voz de Michael. O destaque maior pra mim, vai para sequência avassaladora que começa de ”Piano Joint (This Kind Of Love)” – Intro” até ”Hero”, um Medley perfeito.
”KIWANUKA” é um disco irretocável, desde sua belíssima capa até os últimos segundos do Lado B. Ele é um acalento na alma em meio tanto lixo que se espalha pelo mainstream mundial. Michael Kiwanuka merece nossa atenção e agradecimento, e após ouvir esse disco você concordará comigo.