O Rock Progressivo foi um gênero que se consolidou em meados dos anos 70. Nos anos 60 alguns pilares foram formados para que o gênero pudesse se desenvolver, citando rapidamente alguns desses pilares, temos: Yes, King Crimson, Genesis, Jethro Tull e até Emerson, Lake and Palmer (essa teve sua estreia no ano de 1970).
Dentre essas estreias, nenhuma delas se compara com a do King Crimson, eles lançaram há exatos 50 anos atrás um dos melhores álbuns de todos os tempos ”In The Court In The Crimson King”.
Musicalmente o disco é perfeito, já abre com ”21st Century Schizoid Men”, logo nos primeiros segundos ouvimos alguns ruídos, algo como uma nuvem sonora que se aproxima com receio. Logo em seguida a banda entra sem avisar, espancandos seus ouvidos de uma forma nunca vista anteriormente. O impacto dessa abertura deve ter sido tão grande quanto a da estréia do Black Sabbath que viria um ano depois em 1970.
Depois de passar como um furacão na primeira faixa, temos a segunda: ”I Talk To The Wind”, uma balada sensível, parece que é hora de juntar os cacos causados pela abertura, a letra conversa muito bem com a melodia. De uma maneira bastante melancólica o eu lírico faz uma reflexão sobre ele mesmo e como ele está desesperançoso e como suas palavras não são ouvidas.
Em ”Epitaph”, uma das mais épicas do disco, a pegada aumenta ligeiramente em comparação á faixa anterior, um clima é instaurado e a tensão aumenta totalmente, aqui você já está completamente imerso e tudo oque você quer agora é ver onde esse álbum vai te levar.
Chegando na penúltima faixa, ”Moonchild”, temos talvez a mais complexa do disco, ao longo dos seus 12 minutos, nos é apresentado uma sonoridade ”espacial”, calma e aconchegante, é o caminho para o fim da nossa viajem, que se encerrará em ”In The Court Of The Crimson King”, a faixa título. Nela a vibe é muito similar á abertura, uma música muito forte e grandiosa, um encerramento muito digno, fechando perfeitamente essa obra prima da história da música.
Falando um pouco da capa, além de ser uma das mais emblemáticas e sensacionais capas todos os tempos, ela dialogia perfeitamente com oque você escuta no disco, e eu adoro quando isso acontece. Essa arte foi ferta por Barry Godber que acabou falecendo logo após o lançamento do disco, em decorrência de um ataque cardíaco em 1970, infelizmente ele não pôde ver o sucesso e relevância que o disco viria a ter.
Como curiosidade extra, o King Crimson fez sua estréia ao vivo ainda em 1969, com um show no Hyde Park com os Rolling Stones, o público era aproximadamente entre 250 e 500 mil pessoas. Começaram bem, não?!
”In The Court Of The Crimson King”, é um dos álbuns mais influentes de todos os tempos, desde sua pioneira música, até pela capa extremamente emblemática. Para quem ainda não deu a devida atenção á banda, fica a fica a recomendação nos 50 anos desse grande disco!