“Disco Club”: Tim Maia embalando a dança e abraçando a melancolia.

Não tem jeito, quase ninguém deixou de aproveitar a onda da Disco Music, movimento pop que dominou todo o cenário do Pop e Soul na segunda metade da década de 70. E o síndico, Tim Maia também se entregou ao estilo no disco que para mim é o melhor de sua carreira, o grande “Disco Club”.

Lançado em 1978, este é marcado como um dos trabalhos mais bem produzidos de Tim Maia que apesar de ter características específicas da época, como as orquestrações, teclados, o ritmo funky, ele soa moderno, principalmente em seu conteúdo lírico, letras que na maior parte focam em desapego, melancolia e reflexão.

A divisão do disco é bem interessante, no Lado A temos um clima bem dançante e mais pra cima, a começar por “A fim de voltar”, um dos melhores inícios de discos, baixo maravilhoso e trabalho impecável da banda como um todo. Assim como “Acenda o farol”, reza a lenda que nesses trechos ele quer dizer “Send Far All”, e faz total sentido no contexto da letra, talvez seja de fato a grande música desse disco e que não deve nada a outros grandes clássicos do mundo na época. “Sossego” tem uma onda mais “sacana” que serve como uma boa transição dentro da experiência.

Caminhando para o Lado B, temos uma proposta um pouco diferente, as danças mais extravasadas são deixadas de lado para dar lugar a uma melancolia mais barra pesada, muito emocionante em diversos momentos, eu destaco outras grandes composições, “Pais e Filhos”, uma das melhores músicas de Tim Maia. E também destaco “Se eu lembro faz chorar”, minha favorita do disco, difícil não ir as lágrimas, o conteúdo, a interpretação.. É tudo maravilhoso.

De considerações finais, “Disco Club” na minha opinião é o melhor disco da carreira de Tim Maia, a produção, as músicas, a produção, a estética, tudo aqui é excepcional. É um estilo que podemos até analisar como base de som que ele abordou em seus próximos trabalhos e fez muito bem pra sua música, ajudou a atingir seu máximo potencial! Nem sempre é uma obra lembrada mas tomara que a partir de hoje isso mude!

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Autor: Neto Rocha

28 anos, e grande entusiasta de uma das coisas mais poderosas inventadas pelo homem, a música.