O cenário brasileiro do Rock nos anos 2000 é bastante curioso. Estamos falando de uma década que sucedeu o enorme surgimento de bandas maravilhosas como Charlie Brown Jr, Raimundos, Chico Science & Nação Zumbi e tantas outras. Logo, a expectativa para o cenário era alta em surgimento de bandas no novo milênio. E na minha opinião, levando em consideração a maior parte das bandas surgidas naquele período, a qualidade caiu drasticamente, salvo raras excessões, entre elas a ótima banda carioca chamada “Moptop”, que eu gostaria muito de recomendar por aqui hoje.
“Moptop”, veio com seu disco de estreia autointitulado em 2006, com uma linda capa e ótima proposta sonora, fortemente influenciada pelos Strokes, com riffs insistentes, refrões marcantes e um vocal muito interessante, por Gabriel Marques que dialogava diretamente com aquela geração.
O disco conta com 12 faixas, cantadas todas em português, temas sobre o cotidiano e uma porção de ótimas composições, o que chama muito a atenção. “Paris”, por exemplo é uma ideia simples mas muito bem executada, com um refrão fantástico. E o que falar de “O Rock Acabou”, uma irmã gêmea de “Hard To Explain”, com uma letra até profética, uma pegada épica alavancando muito esse álbum de estreia, sem dúvida a melhor música deles.
Um som sem grandes pretensões e uma honestidade musical que sem dúvida era a grande cartada da banda que alcançou alguma notoriedade mesmo no underground. Em 2008, lançaram seu segundo e bom disco, intitulado como: “Como Se Comportar”, que infelizmente também marca o fim das atividades do grupo.
“Moptop” é a cara de seu tempo em todos os sentidos, eu lamento muito que tenham encerrado as atividades tão cedo e pelo que pesquisei as chances de um retorno são remotas, e o que nos resta é apreciar a obra que ficou e nos perguntar: Será que essa era a banda que salvaria o futuro do Rock nacional?
Entre Acordes 