John Coltrane era dos artistas que menos permaneciam na zona de conforto musicalmente. A cada disco ele absorvia influências, procurava inspirações e inovava de alguma forma. Em 1960, Coltrane lançou um dos de seus discos mais marcantes e reverenciados, o grande “Giant Steps”.
No ano de 1959, Coltrane havia tido uma experiência que mudaria tanto sua vida quanto o gênero do Jazz, com a participação história no disco “Kind Of Blue” de Miles Davis. Com muita confiança e notoriedade, John começou a trabalhar em “Giant Steps” acompanhado de Tommy Flanagan no piano, Paul Chambers no contrabaixo e Art Taylor na bateria (em algumas faixas substituído por Wynton Kelly e Jimmy Cobb).
Neste disco, como de costume ele explora novos horizontes harmônicos, onde banda constrói perfeitamente uma cama sonora para que seu saxofone trabalhe numa linha improvisada com maestria, mudando a história do Jazz Bebop.
Musicalmente, em termos de John Coltrane, eu considero o disco bastante acessível. Apesar de logo na abertura termos acordes rápidos em “Giant Steps” e “Countdown”, temos outros momentos mais lunares como “Naima” a balada lírica dedicada a sua esposa.
O disco “Giant Steps” tem uma temperatura perfeita. A construção das composições, a competência dos músicos em criar climas, o trabalho de John Coltrane ao longo de todo o disco com improvisações muito inspiradas, tudo aqui pode ser considerado perfeito. Temos um trabalho determinante que categorizou Coltrane como um músico realmente inovador do gênero, o consolidando cada vez mais. Nos resta aproveitar cada segundo desse que é um dos grandes trabalhos da história da música.

