O Led Zeppelin é daquelas bandas que cuidam muito da sua discografia, não vemos discos descartáveis ou feitos de qualquer maneira. Muito pelo contrário, eles chegaram a lançar mais de 1 disco num mesmo ano e posteriormente até um disco duplo perfeito. E é sobre esse duplo que vamos falar hoje, o impecável “Physical Graffiti”!
Em 1975, o Led Zeppelin se encontrava em sua melhor fase da carreira, eles vinham de uma sequência antológica de lançamentos, o último deles “Houses Of The Holy”, foi um trabalho onde a banda explorou novos elementos e também se consolidou de uma vez por todas nos palcos, era um grande momento.
Foi então que a banda começou a trabalhar neste próximo disco que viria a ser duplo, onde a banda teria ainda mais espaço para experimentar mais vertentes mas ainda calcada nas raízes do seu som que de fato era o Blues e o Rock. Outra aposta que a banda faria era uma quantidade maior de músicas mais longas.
A produção é excelente como de costume, é perceptível algumas mudanças de timbres de alguns instrumentos mas tudo ainda é claro e de bom gosto. E o mais importante, muita composição boa estaria por vir neste disco, como a faixa de abertura “Custard Pie” que é até pouco comentada, diferente de “Kashmir” que se tornou um dos 5 maiores hits da história do Hard Rock, transcendendo gerações e de fato a construção dela como um todo é coisa de outro planeta.
Eu também adoro “The Rover” e “Houses Of The Holy” que entraram como sobras do último trabalho e olha que nível de sobras! “Ten Years Gone” é um épico lírico e para mim é das grandes composições desse disco. Eu honestamente não registro aqui nenhum faixa mais fraca, são 1 hora e 22 minutos de Rock N’ Roll em diversas facetas, sem perder a qualidade. Fazendo deste, talvez o melhor disco duplo de todos os tempos.
De considerações finais, “Physical Graffiti” é mais uma obra prima do Led Zeppelin por muitos dos aspectos que citei durante este artigo, o nível de qualidade das composições, a quantidade, a produção, a consistência da obra que ainda tem uma das capas mais bacanas, uma foto de um prédio em Nova Iorque, visitado até hoje por conta do disco. O Led sempre soube inovar e mais uma vez não decepcionou, estamos diante de uma obra concreta da arte.

