Com tantas histórias de superação, recomeços e reviravoltas nas carreiras dos artistas, nós acabamos “normalizando” algumas situações dignas de roteiro cinematográfico. E hoje eu gostaria de levantar uma dessas histórias com uma pergunta, seria a história do AC/DC a maior em termos de volta por cima na história do Rock?
Durante a segunda metade da década de 70, com Bon Scott nos vocais, o AC/DC caminhava rapidamente em direção á primeira prateleira do Rock, com discos perfeitos como “Let There Be Rock” em 1977, “Powerage” em 1978 e em 1979 o mais aclamado dessa era, “Highway To Hell”. Infelizmente a trajetória que parecia estar chegando ao auge, seria brevemente interrompida pelo falecimento de Bon Scott em Fevereiro de 1980.
A banda que estava na sua melhor fase, em auge performático e discográfico, perde um vocalista que quase sempre é uma figura muito marcante nas bandas. O que a maioria faria? Provavelmente encerraria as atividades e após um tempo, se muito, começaria outro projeto com outro vocalista e nome, mas não o AC/DC.
Corajosamente, como forma de homenagem e resgate de forças, eles continuaram com a banda e em pouquíssimo tempo correram atrás de um “novo-velho” conhecido, Brian Johnson, um cantor britânico que tinha um poder de modular sua voz rasgada e com energia que a banda precisava, curiosamente combinaria perfeitamente com o som mas não ao ponto de imitar o estilo do antigo vocalista.
Em estúdio, eles trabalharam em cima de músicas que cercariam o tema do luto, e algumas delas, o próprio Bon já estava iniciando participação pouco antes. O resultado? nada mais do que “Back In Black”, o disco mais vendido da história do Rock, não só pela curiosidade do público, mas pela qualidade inegável, lotado de clássicos e com um propósito verdadeiro.
Poucas histórias são cercadas de tanto simbolismo, acasos e volta por cima num nível tão elevado como a do AC/DC, não é apenas sobrevivência, é uma escalada ao topo! E talvez por isso ele seja o grande exemplo de volta por cima da história do Rock!

