A Quadrilogia de Peter Gabriel.

Peter Gabriel é um verdadeiro artista no melhor sentido da palavra. Desde a época do Genesis, seus trabalhos são muito artísticos e densos, sobrepostos de camadas complexas e intrigantes. Ao iniciar uma carreira solo, ele aprofundou ainda mais em conceitos elaborados e emendou uma quadrilogia de discos entre 1977 e 1982, carregados de um Rock experimental e uma produção completamente inovadora. E como todos os discos são intitulados como “Peter Gabriel”, os fãs acabaram apelidando com descrições a partir de suas capas, e são eles: “Car”, “Scratch”, “Melt” e “Security”. Vamos conhecer um pouquinho a proposta de cada um.

Peter Gabriel I – “Car” (1977)

Nesta estreia solo que sucede sua saída do Genesis, eu diria que estamos diante do mais acessível trabalho da quadrilogia, mas ainda assim complexo, com orquestrações, pincelando diversos gêneros, o tom é melancólico, reflexo de um momento turbulento e de transição na carreira. A produção é uma cortesia de Bob Ezrin. Destaque certamente vai para a faixa “Solsbury Hill”, o grande sucesso de sua carreira, e de fato é uma grande composição.

Peter Gabriel II – “Scratch” (1978)

Para o segundo disco da quadrilogia, Peter Gabriel opta por um som mais minimalista e ao mesmo tempo experimental, muito influenciado pela produção do grande Robert Fripp. O disco é quase que indefinível, variado e que absorve ligeiramente o som daquele ano. Até aqui, é o trabalho mais exótico de sua carreira. Eu destaco a irretocável e lírica faixa “Indigo”.

Peter Gabriel III – “Melt” (1980)

O terceiro trabalho, considero o mais conhecido e aclamado deles. A produção inovadora causou impacto, Peter Gabriel proibiu o uso de pratos nas gravações da bateria, essa, tocada por Phil Collins que inclusive ajudou a moldar som de bateria nos anos 80, recheada de reverbes. O som do disco é seco e soturno, eu destaco “Game Without Frontiers”, faixa “estranha” e aconchegante ao mesmo tempo.

Peter Gabriel IV – “Security” (1982)

O derradeiro disco da quadrilogia cai de cabeça na ambientação e música eletrônica, que estava em alta naquele início de década. Peter Gabriel comanda a produção, consolidando-o como um artista de música “estranha”, bem diferente da proposta que vemos no sucesso global, “So” lançado mais adiante, em 1986. A faixa em destaque é a acelerada “Shock The Monkey”.

De considerações finais, a quadrilogia “Peter Gabriel” é uma verdadeira jóia da música pop. Em sua era de ouro, Peter Gabriel explorou um som minimalista, conceitual e muito experimental, fugindo do óbvio e apontando em direção da arte, sem rodeios. E o resultado está diante de nossos olhos, um verdadeiro convite a quem busca mergulhar no universo de um artista visionário!

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Autor: Neto Rocha

28 anos, e grande entusiasta de uma das coisas mais poderosas inventadas pelo homem, a música.