
Há exatos 80 anos atrás, nascia um dos bateristas mais icônicos da história da música, seja pela sua influência e pioneirismo, ou por ter sido peça fundamental no elenco da maior banda de todos os tempos: Óbvio que estou falando do nosso queridíssimo Richard Starkey, ou o mundialmente famoso, Ringo Starr.
É muita alegria poder saber que um músico tão importante, carismático e querido da banda da minha vida está chegando aos 80 anos de idade. Por isso, não irei me ater a fazer uma mera biografia de sua carreira, até porque isso é facilmente encontrado nas Wikipédias da vida (e também porque é um história que praticamente todo mundo já está careca de saber). Então para celebrar essa data tão especial, resolvi fazer um modesto top 5 das minhas performances preferidas do grande Ringão, tanto na bateria, como também das músicas em que ele se arriscou como vocalista nos Beatles.

Minhas performances de bateria preferidas de Ringo:
“Ticket To Ride”
Nessa incrível faixa lançada no álbum “Help” (1965), adoro o Groove que Ringo toca aqui, com uma malemolência meio R&B incrível!
“She Said She Said”
Aqui o Ringão simplesmente dá um show, com viradas e mudanças de andamento econômicas, porém maravilhosas, colocando cada elemento na medida certa.
“Strawberry Fields Forever”
Outra extraordinária performance, dotada de muito peso, precisão e suingue, com viradas sensacionais, dando a pegada certeira que essa faixa tão psicodélica precisava.
“A Day In The Life”
Muito provavelmente a apresentação de bateria mais icônica de sua vida, aqui é o exemplo perfeito de como um músico não virtuose, pode abusar de sua criatividade e bom gosto para criar uma das bateras mais sensacionais já feitas no Rock. Uma performance digna da dimensão grandiosa desta música.
“The End”
Faixa que encerra o último LP gravado pelos besouros, aqui temos o único solo de bateria feito por Ringo na banda, e que solo, meus amigos. Para ouvidos mais leigos, pode soar como algo não técnico, mas a realidade é que o solo de Ringo é antológico, marcante e de uma elegância absurda, adicionando cada batida na caixa e bumbo juntamente com viradas precisas, tudo no seu devido lugar.
Minhas 5 canções preferidas com o vocal de Ringo:
“What Goes On”
Completamente apaixonado por Country Music, Ringo se deleita nessa bela faixa do álbum “Rubber Soul” (1965), escrita por ele junto com a dupla Lennon/McCartney, ainda nos tempos de “Please Please Me” (1963). Simplesmente adoro como a faixa nos leva a um tempo pré Beatles e o clima Rockabilly presente nela.
“Yellow Submarine”
Para alguns uma música boba e infantil, mas é justamente esse clima lúdico que tanto me encanta nesta inesquecível faixa, lançada no fantástico “Revolver” (1966), e que também virou título do grande filme de animação em 1969. A instrumentação da faixa é riquíssima, com trompas e trombetas maravilhosas que ajudam a dar um clima meio circense, sem falar no refrão extremamente contagiante de fazer qualquer um cantar a plenos pulmões. Acho que é daquelas músicas que é praticamente impossível não esboçar um sincero sorriso ao ouvir. Com certeza irei tocar muito essa doce canção os meus futuros pequenos.
“With A Little Help From My Friends”
Com certeza a música mais icônica interpretada por Ringo nos Beatles. Assim como em “Yellow Submarine”, esta também carrega um clima muito cativante e jovial, com uma letra inspiradora e um Ringo cantando com muita felicidade acompanhado por seus amigos de banda. O clima da faixa é perfeito para reunir uns amigos, se abraçar e sair dançando juntos com a energia radiante presente aqui.
“Goodnight”
Essa aqui conta com a minha interpretação vocal preferida de Ringo. Sinto que nenhum outro Beatle poderia ter cantado esta faixa com a mesma perfeição que ele. Acho maravilhoso a forma como a sua voz se encaixou tão bem no clima desta singela canção composta por Lennon, que captura maravilhosamente o clima mais Jazz e Traditional Pop de um Frank Sinatra ou Nat King Cole. É o tipo de música que também cairia muito bem em algum filme animado da Disney.
“Octopu’s Garden”
A melhor composição de Ringo na minha opinião. Uma faixa tocante e até meio transcendental, pois a impressão que se dá é de realmente estar sendo teletransportado para o fundo do oceano para viver a história louca e lúdica contada na letra da canção. Uma faixa “brisante” e linda!
É claro que outras performances maravilhosas e icônicas como “Tomorrow Never Knows”, “Come Together” e “Rain” ficaram de fora, mas espero que a intenção de homenagear este grande músico e ser humano tenha sido satisfatória. E para você que ainda duvide da importância de Ringo para a bateria no Rock, escute a obra discografica dos Beatles e analise em cima do contexto em que tudo foi concebido. Ringo é importantíssimo não só por ter colocado a imagem do baterista na linha de frente de uma banda, e não só como um mero músico contratado para ficar tocando lá atrás no palco, fora do alcance de visão das plateias, como também foi fundamental em ajudar a moldar o som dos Beatles que conhecemos hoje, trabalhando duro ao lado do produtor George Martin e dos engenheiros de som para entregar o melhor som de bateria possível para os padrões da época (por isso que não é a toa que os álbuns dos Beatles soam tão bem gravadas até hoje, e isso é claro, também se reflete na bateria de Ringo).
Outro belo destaque que podemos considerar é a aptidão de Ringo para tocar muitos estilos diferentes, como suingue de dois tempos (When I’m Sixty-Four), baladas (Something), R&B (The Word e Taxman) e Country (como nos discos “Beatles For Sale” e “Beaucoups Of Blues”) o que possibilitou aos Beatles explorar muitas direções musicais com facilidade. Sua experiência pré-Beatles como um versátil e batalhador músico de casas noturnas o ajudou bastante neste sentido.
Que todas as homenagens possíveis sejam feitas a este grande homem que nasceu em um bairro pobre de Liverpool. Que aos 4 anos, viu seu pai abandonar a família. Aos 6, teve apendicite, logo depois uma peritonite, ficando 1 ano hospitalizado e longe da mãe. Aos 8 anos, por ficar longe da escola, ainda não era alfabetizado. Aos 13, teve tuberculose, ficou internado por 2 anos em um sanatório, e para passar seu tempo, aprendeu a tocar bateria… e como aprendeu… e hoje esse menino faz 80 anos de vida! E que vida extraordinária!

Parabéns, Ringo. Excelente seleção do seu repertório com os Beatles. Mas não poderia deixar de fora “Tomorrow Never Knows”. A Bateria, além da faixa, é totalmente lisérgica. Impressionante…
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