25 Anos de “Post” – A Consagração de Björk

Björk sempre ditou as regras do jogo. Estreando com seu icônico “Debut” (1993), a Islandesa trouxe ao mainstream sua massa sonora indecifrável, que ia do submundo eletrônico, da House Music, do Trip Hop e dos Clubs onde a revolução musical acontecia, até um background Jazzístico e um olhar único para o que acontecia em todo o mundo. Para dar o próximo passo discográfico, sua mudança para Londres foi essencial. Vivendo intensamente a cultura clubber, o deslumbrante e infindável brilho (ou sombra?) da vida urbana, ela se reúne com um time de peso de produtores daquela cena e compõe uma coleção de canções extremamente ecléticas, vibrantes, criando o que é, discutivelmente, sua maior obra. É claro que estamos falando de “Post” (1995), que hoje completa 25 anos!

O beat industrial pesadíssimo colorido por sintetizadores insistentes de “Army Of Me” já nos introduz com os dois pés na porta. O teor sombrio, agressivo, logo sofre uma quebra, para o clássico “Hyperballad” que é, basicamente, a transgressão da balada. A doçura da melodia é sobreposta à produção que vai de uma viagem um tanto Folktronica até a pulsação intensa do Acid House. Mas foi na ode aos musicais de Hollywood da linda versão de “It’s Oh So Quiet” que ela encontrou, ironicamente, o maior hit de sua carreira. Vamos, em poucos minutos, da energia pulsante do techno de outrora para uma canção puramente nostálgica, com um instrumental SENSACIONAL, que inclui uma Big Band e uma entrega vocal fascinante de Björk, que surfa pelo Jazz com ímpar maestria.

Há tambem uma dose de brasilidade por aqui. A espécie de conto de fadas sombrio de “Isobel” deve muito aos arranjos de cordas de Eumir Deodato, e à sua musa inspiradora, ninguém mais ninguém menos que Elis Regina, da qual Björk é fã declarada. A trinca final, para mim, soa como uma mini-suíte. Do Techno “sanfonado” de “I Miss You”, passamos pela transição um tanto oriental de “Cover Me” e vamos para a derradeira “Headphones”, que marca uma das parcerias com o lendário produtor Tricky, que aplica as sutilezas belíssimas do Trip Hop, em cima das vozes sobrepostas, elásticas e simplesmente arrepiantes de Björk.

“Post” foi um boom comercial imenso, e que ocasionou um momento complicado com os holofotes para a Islandesa. Com um videoclipe para cada single, eles foram repetidos à exaustão na MTV, e Björk se tornou, definitivamente, um fenômeno Pop. Com uma sonoridade diversa, de emoções conflitantes, essa obra-prima ressona até os dias de hoje!

Autor: Caio Braguin

16 anos, baterista, aficionado por música (e todas as formas de arte) desde o berço. Música é minha vida!

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