Que Djavan é um dos maiores compositores da história desse país (e do mundo!) não é novidade pra ninguém, a maioria dessas canções compostas em solitude, por uma mente não menos que genial. Mas, quando ele apela para as parcerias, a mágica também acontece, e em seu terceiro disco “Alumbramento” Djavan descobre essa sutil arte, numa pérola que está completando 40 anos!

As parcerias por aqui são simplesmente astronômicas, com algumas das maiores lendas da música brasileira. Seja com nosso saudoso Aldir Blanc nos Sambas quase Fusion de “Tem Boi Na Linha” e “Aquele Um”, Cacaso na simplesmente transcendental “Lambada de Serpente” ou Chico Buarque na belíssima “A Rosa” e o bolero que dá nome ao álbum, “Alumbramento”, o nível é altíssimo. Essa diversidade faz com que Djavan sintetize o Brasil, desde o Samba dos subúrbios ao ar intimista do som interiorano que é parte de sua alma Alagoana.
A sonoridade por aqui também é a pura finesse. Acompanhado pelo grupo “Sururu de Capote” (nomeado após a sensacional canção), de nomes como Sizão Machado nas quatro cordas, Paulo César na bateria, Chico Batera na percussão e Eduardo S. Neto nas teclas, além de um naipe de metais simplesmente sensacional e que adiciona o inconfundível teor jazzístico de Djavan. Essa sofisticação é onipresente em suas canções solo, como o grande sucesso “Meu Bem Querer”, uma balada de ímpar beleza, ou a toada “Dor E Prata”, que encarna, ao mesmo tempo, a simplicidade e um arranjo luxuosíssimo.
Representando seu próprio “Alumbramento” com a descoberta das parcerias de trabalho e adquirindo uma relação ainda mais profunda com todas as particularidades da música brasileira, esse disco sensacional de Djavan segue nos fascinando até os dias de hoje!
