A Obra-prima Subversiva do QOTSA – 20 Anos de “Rated R”

Durante a década de 90, Josh Homme já tinha construído uma reputação como uma espécie de gênio do Underground, seja como guitarrista na instituição Stoner Rock do Kyuss, idealizando as lendárias “Desert Sessions” ou em seu então novo projeto, o Queens Of The Stone Age. Com uma estreia sensacional que fez muito barulho na cena, faltava à banda uma catapulta absoluta ao mainstream. Nesse meio-tempo, Homme encontra no baixista Nick Oliveri, antigo companheiro de Kyuss e um maluco de primeira, a parceria musical perfeita, e juntos eles trazem ao mundo “Rated R”, o ponto de virada do QOTSA, que hoje completa 20 anos!

A sonoridade do disco é uma evolução natural da marca criativa de Homme. O Stoner Rock, com suas guitarras lotadas de Fuzz, está presente, mas divide seu ataque com um senso melódico incrível e uma atmosfera mais viajante, etérea. Essa combinação que é o mais puro som do QOTSA, de uso essencialmente RESTRITO.

Nessa viagem, já somos recebidos com o baixo trovejante de Nick Oliveri no dicionário de entorpecentes da porrada (e segundo single) “Feel Good Hit Of The Summer”, os vibrafones cinemáticos do principal hit “The Lost Art Of Keeping A Secret”, a psicodelia percussiva de “Better Living Through Chemistry”, que intercala tempestades cadenciadas de fuzz com uma aura um tanto oriental, ou o motorik desértico em “Monsters In The Parasol”. Mark Lanegan, que se tornaria um colaborador frequente também faz sua primeira participação por aqui, entregando os vocais na maravilhosa “In The Fade”.

A sessão final é um deleite à parte, com o tambor de aço essencialmente atmosférico em “Lightning Song” dando caminho à completa paranoia do épico Stoner de “I Think I Lost My Headache”, com um sensacional naipe de metais, finalizando o disco na mais completa paranoia.

Com sua primeira obra-prima, o Queens Of The Stone Age estava definitivamente na vanguarda do Rock feito no início do milênio, e Josh Homme se tornou, sem nenhuma dúvida, um dos gênios subversivos dessa geração. “Rated R” ainda segue impróprio para todo mundo, em todo lugar, o tempo todo!

Autor: Caio Braguin

16 anos, baterista, aficionado por música (e todas as formas de arte) desde o berço. Música é minha vida!

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