A Sofisticada Estreia de Sting – 35 Anos de “The Dream of the Blue Turtles”

Uma coisa ficou clara em “Synchronicity”: apesar do imenso sucesso, o The Police já não era mais uma banda. Implodindo em seus conflitos internos, foi dito e feito, e em 1984 eles encerraram suas atividades. Nos últimos anos, Sting vinha ganhando cada vez mais destaque no trio, e ele resolve buscar uma carreira solo, ansioso para consolidar seu nome como um grande compositor, mais do que “apenas” um membro do Police. Ainda no mesmo ano, ele mistura a sofisticação jazzística ao apelo pop, e vem com o sucesso estrondoso “The Dream Of The Blue Turtles”, que hoje completa 35 anos!

Para sua nova empreitada solo, ele contratou um time altamente qualificado. Virtuoses do Jazz como o baterista Omar Hakim, o baixista Darryl Jones, os teclados de Kenny Kirkland e os saxofones de Branford Marsalis, estão aqui para garantir a maior finesse possível, ainda com a roupagem oitentista. Essa combinação não poderia resultar em nada menos que um deleite sonoro, que nos primeiros segundos do hit “If You Love Somebody Set Them Free”, enquanto “Love Is The Seventh Wave” resgata a veia jamaicana do Police (que som de batera!) com uma doçura e sentimento de união pelos backing vocals.

O álbum é permeado por uma atmosfera densa, comum àqueles tempos de Guerra Fria (e agora, aos nossos tempos). A soturna e maravilhosa “Russians”, que, apesar de toda a tensão, dispara o doce verso “Russos também amam suas crianças”, digna de um poeta como Sting. Canções como “Children’s Crusade” e “We Work The Black Seam” seguem com essa aura misteriosa, no mais puro lirismo.

Os momentos mais jazzísticos são um show à parte. O arranjo alto astral da canção do Police “Shadows In The Rain” e a labiríntica faixa-título são amostras da mais pura maestria instrumental. Afinal, ele se rodeou dos melhores!

Uma pérola para a massa, “The Dream Of The Blue Turtles” foi um baita sucesso, e colocou Sting definitivamente como um ícone Pop, título que é seu por direito!

Sting e Phil Collins no Live Aid, 1985.

Autor: Caio Braguin

16 anos, baterista, aficionado por música (e todas as formas de arte) desde o berço. Música é minha vida!

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