25 anos de um espetáculo chamado “Pulse”

Há exatos 25 anos, no dia 29 de maio de 1995, era posto às lojas o duplo e ao vivo “Pulse”, gravado em 1994 durante a extensa turnê em que a banda divulgava o disco “The Division Bell”. Embora tendo lançado uma boa  quantidade de obras primas, as relações internas entre os membros da banda já não eram as mesmas e os desgastes eram frequentes, até culminar na saída de Roger Waters, com a banda optando por continuar sem sua presença, a partir de 1985. A perda era significativa, bem como a decisão de continuar sem a presença de um dos principais compositores da grupo; a coisa toma outros rumos quando Waters, insatisfeito com o restante mantendo o nome do grupo, decide mover uma ação judicial para impedir que isso aconteça.

Passados esses percalços, superando as inúmeras tensões e imbróglios nas gravações dos discos anteriores, é então lançado o “The division Bell” e, no mesmo ano, começam os primeiros registros  do que seria o disco ao vivo, com a tentativa de provar que, sim, ainda existia vida para além de Roger Waters.

Como já esperado, David Gilmour conduz os rumos da banda e os fãs são agraciados  com apresentações brilhantes, os levando ao delírio em músicas como “Shine on you crazy diamond”, seguido por “Astronomy Domine”, do disco de estreia “The Piper at the Gates of dawn”, como uma espécie de justa homenagem a Syd Barrett. Nas faixas seguintes a banda passeia por clássicos do “The wall”, até avançar à algumas músicas do até então recente “The division bell”, permitindo à essas músicas todo um ar de frescor, não seria exagero afirmar que algumas chegam a superar suas versões de estúdio, tamanho brilho e perfeição com que são executadas. No segundo disco, finalizando o show, somos brindados com clássicos cuja existência caminha lado a lado com a própria história do rock, no sentido mais amplo, como “Wish you were here” e “Comfortably numb”.

Voltando pro início dessa segunda parte do show, e aqui reservei o melhor pro final, a banda faz a sagaz escolha de reproduzir todo o “The Dark Side of the moon”, na exata ordem em que foi concebido, captando com louvor a essência e a atmosfera das canções, levando toda a beleza deste que é visto por muitos não só como o Magnum opus da banda, mas como um dos melhores discos da história da música. A ausência de Waters é sentida, haja vista toda sua contribuição, mas os membros remanescentes, em conjunto com os músicos de apoio, entregam um belíssimo show pra poucos mortais apontarem defeitos. Contando com um sistema de iluminação primoroso, estrutura gigantesca que já era marca registrada nos shows, lasers, projeções, tudo aqui parece ser levado a outro patamar, desde as sonoplastias, backing vocals, até efeito de luzes em harmonia com as músicas, se tornando um ótimo exemplo da força que pode proporcionar o casamento entre a imagem e som.

Autor: Régis Moura

30 anos, piauiense, ávido ouvinte de música desde que se considera por gente, com interesses que permeiam desde rock nacional, passando pelo bom e velho hard rock, até o heavy metal.

10 pensamentos

  1. “Astronomy Domine”, do disco de estreia “The Piper at the Gates of dawn”, como uma espécie de justa homenagem a Syd Barrett.” um primor de texto meu caro. Um dos melhores que li aqui, ouço esse disco a anos e nunca tinha parado pra pensar nessa logica.

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  2. O autor soube definir muito bem, contextualizando pra depois entrar no disco propriamente dito. Isso que é um review, o que a gente vê por aí em outros sites é só meros comentarios, site excelente o de vocês

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  3. “entregam um belíssimo show pra poucos mortais apontarem defeitos. Contando com um sistema de iluminação primoroso, estrutura gigantesca que já era marca registrada nos shows, lasers, projeções, tudo aqui parece ser levado a outro patamar, desde as sonoplastias, backing vocals, até efeito de luzes em harmonia com as músicas, se tornando um ótimo exemplo da força que pode proporcionar o casamento entre a imagem e som.”

    Sim sim e Sim. E ainda existe críticos que acham que o show não é dos melhores porque não tem muitas improvisações…

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  4. Melhor álbum ao vivo do Pink Floyd com certeza, mas que ficaria ainda melhor se Waters ainda estivesse na banda (nada contra Gilmour, o cara é um gênio). Enfim, o show está aí para quem quiser ouvir e ver. Sugiro uma homenagem do blog aos 45 anos do álbum Wish You Were Here (1975), até hoje meu preferido da discografia deles. Longa vida ao Pink Floyd, com ou sem Waters!

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