Um Patrimônio Cultural Brasileiro – 90 Anos de Sivuca

Hoje, o Entre Acordes abre alas para celebrar o que seriam os 90 anos de um dos maiores mestres de nossa música, e um dos muitos exemplos de “exportação” brasileira para o mundo, o inigualável Sivuca!

Nascido Severino Dias de Oliveira na pequena cidade de Itabaiana, Paraíba, o albino Sivuca sempre foi um prodígio. Começou a tocar a sanfona aos 9 anos, de forma autodidata, e partiu para Recife, onde trabalhou em diversas rádios e gravou seus primeiros 78 rpm, incluindo o clássico “Adeus, Maria Fulô”, posteriormente regravado pelos Mutantes. Sua estreia solo veio em 1956, com “Eis Sivuca”, onde já demonstra um virtuosismo incrível, numa época em que estudava teoria musical e harmonia no Rio de Janeiro com o compositor erudito César Guerra-Peixe.

Já um multi-instrumentista e compositor renomado internacionalmente, ele se muda para Nova Iorque em 1964, onde viveu por longos 12 anos, tornando-se simplesmente uma lenda. Trabalhou como arranjador e diretor musical com a cantora africana Miriam Makeba (famosa pelo hit “Pata Pata”), foi diretor musical em diversos especiais de TV, compôs trilhas de filmes, além de, é claro, gravar seus próprios discos.

De sua incrivelmente prolífera carreira, destaco “Sivuca” (1973) e algumas parcerias sensacionais. Entre elas “Sivuca e Rosinha de Valença” (1977) é um show essencial para quem quer enriquecer sua bagagem musical brasileira, simplesmente uma odisseia tupiniquim (e ainda melhor com o bom humor contagiante de Sivuca). Suas colaborações com o “irmão de cor e de som” Hermeto Pascoal também são memoráveis, especialmente quando ambos subiam num palco, uma energia incrível. Por fim, o disco “Cada Um Belisca um Pouco” (2004), uma homenagem ao rei do Baião com, simplesmente, Dominguinhos e Oswaldinho, é obrigatório para qualquer forrozeiro de plantão!

Infelizmente, Sivuca veio a falecer no dia 14 de dezembro de 2006, mas, estarmos celebrando suas 9 décadas só prova que ele é um verdadeiro patrimônio cultural de nosso país, e que merece ser sempre relembrado!

Autor: Caio Braguin

16 anos, baterista, aficionado por música (e todas as formas de arte) desde o berço. Música é minha vida!

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