O System Of A Down é uma banda extremamente nostálgica para mim, e acredito que para todos os fãs de Metal descendentes dos anos 2000. Apesar de serem vinculados ao Nu/New Metal, eles fazem um som diferente de tudo. Pesadíssimo, com muita influência alternativa e, especialmente, uma forte pegada médio-oriental, já que todos são filhos da diáspora Armênia, tema que também está muito presente nas letras, sempre politizadas e confrontadoras, mistura essa que se tornou uma verdadeira febre na virada do milênio. Há exatos 15 anos, era lançado o terceiro disco da banda, e a primeira parte de um projeto ambicioso, o sensacional “Mezmerize” (2005)!

Os 4 anos de espera desde o sucesso estrondoso que foi “Toxicity” (2001) criaram expectativas altíssimas para a nova empreitada do System Of A Down. E eles responderam à altura, com a primeira parte do projeto “Mesmerize/Hypnotize” (cuja outra metade ainda será comentada por aqui).
Musicalmente, é perceptível uma maior ênfase nas harmonias vocais entre Serj Tankian com o guitarrista Daron Malakian, que já fica evidente na belíssima introdução “Soldier Side”, com uma melodia acalentadora. Mas a calmaria não dura muito tempo, já que logo em seguida vem a porradaria do principal sucesso do disco, o protesto anti-guerra de “B.Y.O.B”. Com uma pegada quase Thrash Metal, ela conta com um refrão altamente pop, contrastando com a selvageria dos gritos de Malakian. Essa dicotomia é onipresente, em canções um tanto quanto esquizofrênicas que vão do peso extremo a melodias de uma beleza ímpar. Basicamente, eles acariciam e agridem nossos ouvidos de maneira imprevisível. Essa alternância cria várias pérolas como “Revenga”, a pegada reggae de “Radio/Video” e “Question!”, com uma alternância de tempos complexa e maravilhosa!

Quando não estão criando melodias adocicadas, eles vão do peso à mais pura loucura, na voz esganiçada de Malakian cantando versos como “My cock is much bigger than yours” em “Cigaro” (que linha de bateria de John Dolmayan!) ou nas crônicas de um jogo de beisebol beneficente entre celebridades da sintetizada “Old School Hollywood”. A última faixa “Lost In Hollywood”, guiada por um sutil dedilhado, é o mais próximo que temos de uma balada por aqui, fechando o disco num tom grandioso.
“Mezmerize” foi mais um sucesso acachapante, estreando direto na primeira posição da Billboard 200, e reforçando que o SOAD já era uma força gigantesca no Metal. Daqui a alguns meses continuaremos nessa saga “hipnotizante”, mas, por ora, celebremos os 15 anos dessa maravilha!

Definiu muito bem, é um som muito nostálgico na minha vida também. Espero que eles voltem de vez e acabem com os atritos, lançando um novo álbum.
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Com certeza, aguardo ansiosamente por um novo disco deles!
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