Infelizmente, já não é novidade, num ano que já parecia terrível o suficiente, a notícia da perda de um dos maiores músicos e compositores do nosso país, o único e genial Moraes Moreira. Para lidar com esse luto cultural repentino, nada melhor do que honrar sua vida e obra. Hoje, celebremos os 45 anos de sua estreia solo, o incrível “Moraes Moreira” (1975)!

Após deixar os Novos Baianos em 1974, Moraes resolve iniciar sua carreira solo, e traz consigo a base que formaria o grupo A Cor do Som: Armandinho na guitarra/guitarra baiana, Dadi no Baixo, Mú Carvalho no piano e Gustavo Schroeter na bateria. Com um time desse quilate, não tinha como dar errado!
“Desabafo e Desafio” já abre o disco com o que Moraes faz de melhor, seu violão sensacional e tipicamente nordestino, que dá passagem a uma porrada, cheia de passagens instrumentais que só destacam a maestria dos músicos, com a inconfundível impressão digital novo-baiana, assim como na salada carnavalesca “Guitarra Baiana”. Essa pegada Rock ‘n’ Roll é onipresente, e pérolas como “Se Você Pensa” (de Roberto e Erasmo) e “Loucura Pouca é Bobagem” não devem em nada a qualquer titã do Hard Rock.
Nas sutilezas das canções, a beleza das melodias de Moraes e a poesia de Galvão criam uma unidade magnífica. Os belíssimos chorinhos “Sempre Cantando” e “Do Som”, onde Armandinho dá uma aula de bandolim, e a parceria com Gonzagão em “PS”, num legítimo “Baião-Rock”, fechando com uma ode a seu inseparável “Violão Vagabundo”
“Moraes Moreira” é um início primoroso para sua longeva carreira, tão pouco comentada entre as melhores da MPB, mas igualmente fenomenal. Portanto, viva Moraes e seus “milhares de watts em som”!

Boa meu lindo, mandou bem de mais, eterno Moraes Moreira
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Vlw manoo, viva Moraes!!
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