
A banda The National soube construir uma boa legião de fãs durante esses quase 20 anos de carreira, por sinal, muito produtiva e em constante evolução desde o início. É louvável o que conquistaram durante este período, pois o grupo nunca demonstrou sequer um mínimo desejo de soar muito comercial, e constatei isso desde quando passei a ouvi-los com mais atenção em 2013, quando lançaram o ótimo “Trouble Will Find Me”. Mas o que eu quero dizer aqui, é sobre outro álbum da banda, que hoje, está completando 10 anos de lançamento: o maravilhoso “High Violet”.
O The National sempre soou pra mim como se fosse uma versão mais moderna do clássico Joy Division, graças as texturas maravilhosas que suas lindas canções exalam, com tons hipnotizantes e uma delicadeza harmônica e melódica de arrepiar. Aqui neste disco, não há como não se emocionar com pequenas pérolas como “Terrible Love”, “Sorrow”, “Runaway” e “England”, todas preenchidas com uma profunda emoção de tristeza e desesperança, que transbordam no formato de letras incrivelmente poéticas que parecem ter sido compostas especialmente para as almas atormentadas pela solidão. Estes mesmos sentimentos também aparecem mesmo nos momentos mais “acelerados”, mas não menos emocionantes, como em “Little Faith” e “Conversation 16”.

“High Violet” é um belíssimo e extraordinário disco. Além da beleza melódica que se encontra aqui, a atmosfera hipnótica e meio alucinógena criado de forma brilhante pela banda, é acentuado pela bela e “estranha” voz barítono do vocalista Matt Berninger. Além disso, não há singles de destaque aqui, pois o grupo trabalhou duro para colocar toneladas de instrumentação em cada faixa. “High Violet” é como uma linda viagem interior que funciona perfeitamente como uma experiência auditiva solitária, durante a madrugada ou o início da manhã, quando o medo, os sonhos e os desejos se misturam.