
Estamos trazendo hoje aqui no “Entre Acordes” mais uma recomendação de grande leitura para vocês, nossos queridos seguidores, tão apaixonados por música e leitura como nós.
A indicação de hoje, é o excelente livro “Beatles 1966 O Ano Revolucionário”. Escrito pelo jornalista musical inglês Steve Turner, em mais de 400 páginas, o autor relata de forma maravilhosa como o ano de 1966 foi um verdadeiro divisor de águas na carreira da maior banda de todos os tempos, e consequentemente, em todo o cenário artístico daquela época, que obviamente, influenciaria praticamente tudo daquilo que hoje conhecemos de música Pop.
Steve Turner nos leva a uma deliciosa investigação da trajetória do quarteto de Liverpool ao longo desses 12 meses, e nos mostra com uma apaixonante riqueza de detalhes, o quanto o ano de 1966 foi imprescindível para John, Paul, George e Ringo se afastarem cada vez mais da imagem de meros ídolos adolescentes, para se transformarem em artistas e músicos muito respeitados.

Com uma narrativa leve e muito gostosa de se ler, o escritor conta histórias incríveis de um período extremamente fértil da banda. Paul McCartney e John Lennon começaram a se intelectualizar cada vez mais em outras áreas artísticas além da música como cinema, teatro, filosofia e literatura, o que obviamente, se refletiu muito nas composições cada vez mais maduras e elaboradas da dupla. O mesmo aconteceu com George Harrison, que se aprofundou com muito fervor na cultura indiana e em outras áreas, que juntando isso, mais ao convívio quase diário com o duo Lennon/McCartney, fez com que George fosse se tornando cada vez mais um magnífico compositor.
Em apenas um ano, os Beatles foram capazes de gravar e lançar o sensacional “Revolver”, o disco que definitivamente colocou os Beatles em um patamar musical a frente de qualquer outro na época. Também foi o ano em que fizeram suas últimas turnês, dedicando-se a virarem uma banda exclusivamente de estúdio, onde puderam realizar experimentos incríveis como a alucinógena “Tomorrow Never Knows”, além de terem escrito pérolas como “Strawberry Fields Forever”, “Penny Lane”, e se não bastasse, também neste ano, a banda começaria as gravações do mitológico “Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band”.
Neste mesmo ano, também destacam-se as atividades individuais de cada Beatle, como John Lennon se aventurando no cinema, interpretando um personagem chamado Gripweed no longa “How I Won The War”, uma sátira aos filmes de guerra. E também Paul McCartney, que compôs a trilha sonora “The Family Way” do filme de mesmo nome, que é considerada oficialmente como o primeiro álbum solo dos Beatles. “Só” isso em apenas um ano… Impressionante, né?

Se você não é fã de Beatles, não tem problema, pois este livro é espetacular não só pra entender o contexto que a banda se encontrava naquele momento, mas também para se ter uma real dimensão de como os anos 60 e claro, mais especificamente o ano de 1966, foi o ano definitivo em que o Rock e a música Pop no geral começariam a alcançar níveis cada vez mais longínquos e ambiciosos em termos de produção, experimentação e influência… vital para que a sociedade mais conservadora passa-se a respeitar e levar mais a sério.