O cenário para o Black Sabbath no fim da década de 70 não era dos melhores. Seus dois últimos trabalhos sinalizavam uma enorme queda criativa (embora Never Say Die! seja um disco subestimado, mas isso é assunto pra outro texto), e a relação entre os membros estava cada vez mais desgastada.
Em 1979, Tony Iommi é apresentado a Ronnie James Dio, à época procurando um projeto após sua saída do Rainbow, e nasce a vontade criar de uma nova banda. Mas, com um Black Sabbath se esfacelando após tentativas frustradas de gravar um novo álbum, Ozzy Osbourne é demitido, e não demorou muito até que Dio fosse o novo vocalista. Em pouquíssimo tempo, eles tinham em mãos Heaven And Hell, mostrando os pais do Metal completamente renovados, e que completa hoje 40 anos!

Com Ronnie James Dio, veio um som muito diferente dos trabalhos anteriores do Sabbath. Os soturnos e demoníacos Riffs são substituídos por linhas de guitarra mais melódicas e clássicas, enquanto os ritmos “arrastados” e jazzísticos de Bill Ward levam uma injeção de adrenalina, tudo pautado na dramaticidade e potência vocal sobre-humana de Dio (que também assume as letras, com seus característicos contos místicos e fantasiosos). É o arquétipo do Heavy Metal tradicional em sua excelência!
Essa nova sonoridade já fica evidente nos primeiros segundos da visceral e galopante abertura de “Neon Knights”, com um solo certeiro de Iommi, e uma performance vocal que deixa claro: Dio é a voz do Metal. Uma de suas características mais fortes é a versatilidade, dominando com igual maestria baladas grandiosas como “Children Of The Sea” (uma das melhores músicas do Sabbath!) e o Hard Rock franco de pérolas como “Lady Evil”. Mas o destaque, sem dúvidas, vai para a ESPETACULAR faixa-título. Um épico, conduzido pelo baixo hipnotizante de Geezer Butler, onde Dio exala magia, tanto nos vocais, quanto em sua letra memorável.

O lado B também nos reserva algumas joias, como o Hard Rock com contornos melódicos de “Wishing Well” e a incrível “Die Young”, uma porrada, mas com belíssimas passagens atmosféricas nos teclados de Geoff Nicholls. A derradeira “Lonely Is The Word” também merece destaque, com maravilhosas passagens guitarrísticas de Tony Iommi.
“Heaven And Hell” mostrou um Black Sabbath de volta à boa forma, garantindo um disco de platina nos Estados Unidos, e uma extensa turnê. Celebrando seus 40 anos, o álbum segue entre os melhores da banda, e é o documento definitivo da curta mas lendária união entre os pais do Heavy Metal e A VOZ!

Este album é dos que mais vendem da banda até hoje!!Só tenho em CDDA, queria tê-lo em vinil!!! – marcio “osbourne” silva de almeida – jlle/sc
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