O que lhe vem a cabeça quando se fala em Journey? Provavelmente aquele som AOR, cheio de sintetizadores e refrãos marcantes. Essa é a banda que ficou marcada por diversos hits oitentistas (impossível viver nesse planeta e não conhecer “Don’t Stop Believin'”). Mas o que poucos conhecem são seus três primeiros discos, bem longe de todo esse apelo Pop, num som muito mais voltado para o Prog/Fusion, recheado de verdadeiras pérolas. Há exatos 45 anos, era lançado seu autointitulado álbum de estreia!

Dando uma olhada no background dos músicos envolvidos, dá pra saber de onde veio toda essa sonoridade Fusion. Afinal, o guitarrista Neal Schon e o tecladista/vocalista Gregg Rolie eram remanescentes do Santana, enquanto o (MONSTRO) baterista Aynsley Dunbar, que vinha tocando com um tal de Frank Zappa. No pontapé inicial de “Of A Lifetime” já temos uma canção grandiosa, carregada pela belíssima guitarra solo de Schon até uma jam que está entre os pontos altos do disco. Esses pequenos épicos repetem sua fórmula nas duas faixas instrumentais “Kohoutek” e “Topaz”. A primeira uma porrada alucinante, e a segunda uma etérea viagem Jazzística que demonstra todo o virtuosismo de cada um dos membros.
Os momentos mais “comerciais” do álbum são a balada “In The Morning Day” (que funciona bem até cair numa jam desnecessária) e seu único single “To Play Some Music”, um Hard Rock franco e delicioso, que, no entanto, não atingiu nenhum sucesso comercial. Ainda temos a Bluesística “In My Lonely Feeling/Conversations”, outro dos grandes destaques do disco, que termina com sob o poder dos solos duelados de “Mystery Mountain”.
Para os que querem conhecer os primórdios do Journey, ou simplesmente ouvir Prog/Fusion de qualidade, esse disco é uma grande pedida. É o retrato de uma banda que ainda encontraria seu som, mas já mostrava suas armas desde o início da jornada!
