Após o intenso teor de angústia juvenil de “Pablo Honey” (1993), o Radiohead se viu sob grande pressão para uma sequência à altura (após “Creep” se tornar um grande hit), em uma fase de autodescobrimento. Procurando seu som, em uma encruzilhada entre o alternativo e uma maestria Pop digna de “Rock de Arena”, a banda entrega seu trabalho mais ambicioso até então, o aclamadíssimo “The Bends”, que hoje completa 25 anos!

Desde as primeiras paisagens sonoras de “Planet Telex”, percebemos que muita coisa mudou. Longe das raízes Grunge de outrora, e valorizando as texturas e climas, com sintetizadores e guitarras atmosféricas. Mas, ao mesmo tempo, há uma marcante melodia, um apelo pop latente. As transições soam extremamente fluídas, passando pela explosiva faixa-título “The Bends”, ou o lirismo inexplicável dos hits “High And Dry” e “Fake Plastic Trees”, exalando uma doce melancolia que fala por si só (tem como não se emocionar com a voz de Thom Yorke?).
O álbum é marcado por um turbilhão de sentimentos, e um senso de grandiosidade constante. Canções que vão de belíssimas peças acústicas a uma intensa explosão, como “Just”, ou as pegajosas melodias de “Sulk”, tudo coexiste num universo próprio, etéreo.

“My Iron Lung“ cristaliza a essência do disco. Jonny Greenwood subverte o conceito do “grande riff”, em uma amostra da incrível capacidade do Radiohead em atingir diversos picos de intensidade de maneira natural. E é com o single “Street Spirit (Fade Out)” que nos despedimos dessa incrível obra, sob o céu dos falsetes hipnotizantes de Yorke.
“The Bends” é, sem dúvidas, um dos grandes discos dos anos 90. Signo de uma geração, ele representa a consolidação de uma banda que ainda exibiria muitos quadros na seleta galeria das obras-primas!
