
Há 50 anos Frank Sinatra lançava o álbum Watertown. O velho Sinatra estava vivendo um momento de crise em sua carreira. O seu último álbum não entrou nas paradas de sucesso e isso era um problema para a carreira do “The voice”. Esse é um álbum conceitual e que a voz poderosa de Sinatra está incrivelmente tocante. O álbum que conta a história de um homem que, vê seu casamento terminar e a separação dos seus filhos no meio desse enredo.
Como sempre de costume as crises na carreira do cantor nunca foram problemas definitivos. Ele sempre arrumou um jeito de dar a voltar por cima. Esse álbum que conta com a produção de Bob Gaudio (Four Seasons) que produziu e escreveu junto com o Jake Holmes. Sinatra também trás uma sonoridade bem peculiar em sua orquestra, dando um ar meio sombrio e melancólico para o álbum.


A primeira parte do disco que, se passa da faixa 1 a 5, temos a apresentação da cidade na faixa 1, e já colado a faixa 2 que, vem falar sobre aquelas terríveis conversas de términos de casais. Você não precisa ser sensível para entender que existe lutos em vidas que, mesmo sem sentirmos, ele está lá. Sempre passamos por despedidas seja ela pela ordem natural da vida como na morte ou em encerramentos de ciclos. Isso sempre nos remete um certo saudosismo e luto. Porém, agora o personagem que perdeu o amor da sua vida, se vê em um choque de realidade. A coisa só fica pior, na faixa 4, ele fala sobre seus filhos Michael e Peter. Assim como no clássico “My Way” que, ele conta a trajetória sem tanto arrependimento. Na faixa 5 vemos que, não existe ressentimento nessa separação, existe uma lamentação por tudo feito, mas, parece que, ele aceita a escolha da esposa Elizabeth. Já na faixa 6 e 7, quebramos esse mistério e Sinatra nos revela, Elizabeth e como essa história começou, em um tempo de inocência na escola.
Por mais que Sinatra tentasse deixar a coisa mais doce ou colocar um brilho do sol. As faixas 8 e 9 deixam a coisa clara. As escolhas da mudança para cidade grande, possivelmente com um novo relacionamento e toda a situação exposta com os filhos, citando as cartas e todo o contexto que tivemos ao longo do álbum. A situação da vida do personagem que, narra essa história não está em alta.

De forma madura e triste, Sinatra fecha seu álbum com a clareza que, temos em todo final de relacionamento que, em situações extremas podemos mudar e sempre revelamos um lado que, poderia ter exposto antes. A falsa esperança de uma volta acaba aqui.
Sinatra, deixa claro que Elizabeth, queria voar. E seu esposo não impediu, por mais que fosse um homem tranquilo. Ele queria Watertown para sempre, contrário de sua esposa. Em uma Faixa Bônus de uma disco lançado em 1994, a canção: “Lady Day”, revela sobre o sonho e a inquietação de Elizabeth para ter uma carreira em uma cidade grande.

Esse álbum sensível e com um tema maduro, nos mostra a realidade de diversos casais que, terminam sobre essas condições de privar o sonho um do outro ou a falta de diálogo, do qual permiti ambos a dividir os sonhos. Nesse momento profundo, o Entre Acordes, aconselha você a ouvir essa obra que, não foi líder de venda e nem entrou nas paradas, porém, mostra a força e o talento de um dos maiores cantores que tivemos no século passado.