Como um amante do Jazz, Thelonious Monk é dos músicos que mais me fascinam. Seu piano “martelado”, percussivo, mas ao mesmo tempo de um lirismo inenarrável, é uma marca registrada no estilo. Quando a lenda resolve agraciar nossos ouvidos apenas com suas mágicas teclas, o resultado não pode ser menos do que sublime. É o que ouvimos em “Solo Monk”, que hoje completa 55 anos!

A solitude de Monk, visto mais habitualmente como bandleader, não falha em nos embasbacar. Dando novos ângulos a clássicos da música popular e do Jazz como “I Surrender, Dear”, “Dinah”, ou no Swing elegante de “I’m Confessin’ (That I Love You)”, ele dá ao seu piano, cheio de ataques rítmicos, uma sofisticação erudita.
Já suas próprias composições, como “Ruby, My Dear” e “Ask Me Now”, ganham contornos labirínticos e sublimes, numa intensidade emocional espetacular, que bate de frente com suas gravações mais clássicas. Esse tom belíssimo, certas vezes melancólico, nos guia até o final de “These Foolish Things Remind Me Of You”, um derradeiro e solitário sopro de genialidade.
O disco é o registro definitivo do “Monk Solitário”, demonstrando a força de um homem e seu piano. Em seu aniversário, nada melhor do que embarcar num voo Classe A!
