45 anos de “Fly By Night”: O vôo cada vez mais alto.

Há exatos 45 anos, o segundo disco do Rush, o clássico FLY BY NIGHT, chegava às lojas. Após uma boa receptividade em seu álbum de estreia, porém muito comparada ao Led Zeppelin, o Rush resolve mostrar suas garras e deixar bem claro que de ”banda cover” eles não tinham nada, tinham, sim, muito talento e criatividade. Para tanto, um certo Neil Peart assume as baquetas do grupo depois da saída de John Rutsey; agora o Rush está pronto para se tornar uma das maiores bandas da história do Rock.

Ávido leitor, Peart assume também as letras do grupo, trazendo vários temas interessantes para as composições do Rush. Vale ressaltar também a destreza de Geddy Lee em encaixar palavras absolutamente complexas e fora do comum em métricas perfeitas, e Alex Lifeson e sua competência em criar harmonias que, ao mesmo tempo em que soavam simples, eram complexas.

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Apesar de ainda ter momentos similares ao primeiro álbum, logo no início percebe-se que a barra ia pesar e MUITO: ”Anthem”, um dos maiores petardos do power trio canadense, inicia os trabalhos de maneira arrebatadora e de deixar qualquer um boquiaberto; um riff matador, linhas de bateria absolutamente imprevisíveis e o sempre baixo pulsante e fenomenal. O nome da música advém de um livro da dramaturga russa Ayn Rand, da qual Neil ainda se inspiraria muito para escrever as letras de álbuns subsequentes da banda.

Cada música neste disco é um convite ao prazer; o que dizer de ”Best I Can” e sua matadora entrada de bateria? A levada incrível de ”Beneath, Between & Behind”? A épica e instigante ”By- Tor and The Snow Dog”, um dos maiores desafios de tocar ao vivo em toda a carreira do grupo e primeira demonstração da Rushzada progressiva que se tornaria ainda mais presente no próximo disco.

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A faixa título que poderia tranquilamente tocar nas rádios, tamanha simplicidade e consciência pop contida ali. ”Making Memories” mescla um pouco de Hard Rock com folk, mais ou menos na linha que fazia o Ten Years After, que bela música! A lindíssima ”Rivendell” inspirada no livro O Senhor dos Anéis de J.R. Tolkien. O encerramento com ”In The End” só mostra o que ainda estaria por vir e que o Rush tinha muito o que nos mostrar sobre como fazer músicas com maestria. Técnico sem ser entediante, pesado sem perder a classe, melódico na medida certa, intelectual sem ser pretensioso; mesmo com uma boa parte da crítica da época tratar a banda de forma muitas vezes pejorativa e agressiva. O que só me leva a crer que as pessoas ainda não estavam prontas para absorver toda essa massa sonora. Azar o deles e sorte a nossa que tivemos uma banda desse quilate brindando nossos ouvidos.

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A text by @lukaspiloto7twister

Autor: Luc Rhoads

Um grande apaixonado por música e aventuras. Carioca, estudante de Educação Física, professor de inglês e vascaíno doente.

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