Hoje, estendemos o tapete vermelho para um dos maiores artistas do século XX, autor de várias facetas e diferentes personagens ao longo de sua riquíssima carreira. Estou falando de ninguém mais ninguém menos do que PETER BRIAN GABRIEL, ex – vocalista da banda de Rock Progressivo Genesis e dono de uma carreira solo absolutamente irretocável.
Apaixonado pela soul music, Gabriel foi influenciado por diferentes artistas, incluindo Nina Simone, Gary Brooker do Procol Harum e Cat Stevens. Ele tocou flauta no álbum de Stevens Mona Bone Jakon, de 1970. No entanto, as maiores influências de Gabriel foram dois de seus contemporâneos: David Bowie e Syd Barrett, que estavam redefinindo a cena musical britânica no final dos anos 60 e início dos anos 70.
No final dos anos 60, Gabriel, junto com Mike Rutherford e Tony Banks, funda o Genesis, banda na qual ele permanece de 1969 até 1975; gravou discos clássicos como Nursery Cryme, Foxtrot e Selling England By The Pound. Entretanto, o que mais chamava à atenção do público eram as suas performances teatrais e indumentárias exóticas, tendo uma representatividade de acordo com a música que era tocada. Entre as fantasias mais famosas de Gabriel (que ele desenvolveu como forma de superação do medo de palco), incluem “The Flower” (“Supper’s Ready”, de Foxtrot), “Britannia” (“Dancing With The Moonlit Knight,” de Selling England by the Pound), “The Old Man” (“The Musical Box”, de Nursery Cryme), “Rael” (The Lamb Lies Down on Broadway) e “The Slipperman” (“The Colony of Slippermen,” também de The Lamb Lies Down on Broadway).
Após sua saída do Genesis, Gabriel embarcou no que eu considero a carreira solo mais interessante dos grandes medalhões do Rock, que saíram de bandas grandes e trilharam seus próprios caminhos. Gabriel recusou-se a intitular seus quatro primeiro álbuns-solo (todos são chamados Peter Gabriel, diferindo somente na arte da capa), por considerar que as capas têm o mesmo impacto de uma edição da revista Time, que normalmente é composta apenas de uma foto e o nome da publicação; posteriormente, os quatro primeiros álbuns foram diferenciados através de numeração e da imagem frontal: I – Car, II – Scratch, III – Melt e IV – Security. Gabriel trabalhou com o guitarrista Robert Fripp ( King Crimson) como produtor em seu segundo disco, de 1978. Particularmente, é o seu disco que mais gosto, com um alto grau de obscuridade e altamente soturno, apesar de não conter nenhum hit
O terceiro álbum, lançado em 1980, conta com a colaboração de Steve Lillywhite, que produzira os primeiros álbuns do U2. “Games Without Frontiers” e “Biko” (duas canções MAGNÍFICAS), mostram o novo interesse de Gabriel pela world music (especialmente na percussão, no emprego da então nascente técnica do “gated drum“, também chamada de “gated reverb“, na qual, dentre outras características, não são usados os pratos da bateria).
Gabriel promoveu todos os seus álbuns com turnês, nas quais, cada vez mais notava-se a utilização de recursos e conceitos originais, coreografias, tecnologia de ponta, e a redução do uso de maquiagens e da flauta que tanto o acompanhou na época do Genesis e ajudou a dar uma outra cara, não só à música, mas também em toda a indústria fonográfica da época.
O auge comercial de Peter chega em 1986 com o lançamento de multi-premiado SO. As canções “Sledgehammer”, “Big Time” e “In Your Eyes” estouraram nas paradas de sucesso de vários países do mundo. O capítulo à parte fica por conta de”Sledgehammer” e seu vídeoclipe completamente inovador, que ganhou diversos prêmios no MTV Music Video Awards de 1987, e estabeleceu um novo padrão para vídeos de música, tendo sido decisiva sua influência no surgimento da chamada “indústria do videoclipe”. Nessa época, Peter se envolveu fortemente com as causas da Anistia Internacional.
Em 1992, foi lançado US, no qual Peter abordou questões pessoais recentes: o fim de seu primeiro casamento, suas crises de depressão causadas pelo transtorno bipolar e sua excessiva preocupação com a forma física e sexo, além da crescente distância entre ele e sua filha, prolema este que custou para ser superado. A faixa “Digging in the Dirt” grande sucesso do álbum, mostra o artista em meio a várias situações conflituosas, violentas, embaixo da terra e coberto de minhocas.
Poderíamos passar horas falando de Peter Gabriel já que sua história, tanto de vida quanto profissional, renderiam muito pano pra manga, mas o que vale aqui é apenas exaltar e homenagear este monstro da música e mostrar o legado que ele deixou, que é muitas vezes esquecido ou até desconhecido. Nada mais justo do que abrirmos sua Musical Box e explorar todas as preciosidades ali presentes. PLAY ME MY SONG… HERE IT COMES AGAIN! Happy Birthday, Peter!!!
A text by @lukaspiloto7twister