
Há 40 anos, um dos maiores cantores e compositores da música desta linda terrinha chamada Brasil, lançava um de seus melhores e mais aclamados discos, e também considerado um dos grandes LPs brasileiros da década de 70: “Realce” (1979) do nosso grande e querido Gilberto Gil.
Nessa época, a Disco Music dominava geral e era uma grande febre mundialmente. Gil como sempre antenado nas grandes tendências, se une com o excelente produtor Março Mazzola, e juntos partem para Los Angeles no intuito de gravar um disco de música brasileira, mas que tivesse elementos e influências da Disco, e do Pop e Black Music americana. Para essa missão, se instalam no lendário “Westlake Studios”, (o mesmo estúdio em que Michael Jackson gravou seus álbuns mais icônicos, “Off The Wall”, “Thriller” e “Bad”) juntamente com um time de músicos de primeiríssima linha, como Jerry Hey (tecladista do Earth, Wind And Fire) além de outros músicos da lendária banda americana, que emprestaram seus magníficos dotes musicais para o álbum.

O repertório é irrepreensível, com canções sensacionais, sendo que algumas se tornaram sucessos imensos do catálogo de Gil. Pérolas como o Samba Rock alá Jorge Ben em “Tradição”, as estupendas batidas Funkeadas das clássicas “Sarará Miolo” e “Marina”. A conhecidíssima versão de “Woman No Cry” de Bob Marley (esta foi gravada ainda no Brasil, “só” com Liminha no baixo e Sérgio Dias na guitarra). A linda balada Pop/R&B “Superhomem, a Canção” (feita após ouvir relatos de Caetano Veloso sobre o clássico filme de 1978 estrelado por Christopher Reeve) a maravilhosa malemolência afro de “Toda Menina Baiana” (um dos maiores sucessos deste disco e de toda a carreira de Gil, feita para sua filha Nara, que entrava na adolescência). Mas o grande momento aqui sem dúvidas é a explosão Pop/Disco da faixa título “Realce”, que conta com um super arranjo de qualidade absurda, com um naipe de metais fantástico alá Earth, Wind And Fire, e também pela magnífica introdução com solo de guitarra incrível executado por Steve Lukather do Toto, e que virou um tremendo sucesso.

“Realce” é um registro clássico e importantíssimo para a carreira dessa grande figura e mestre da música brasileira. Um disco imprescindível para os anos 70, e que fecha com chave de ouro a marcante trilogia Re de Gil.