“Fine Line” – Harry Styles passando com louvor pelo árduo teste do segundo disco

O teste do segundo disco é sempre uma verdadeira prova de fogo para a carreira de qualquer artista/banda, pois é geralmente neste momento que o artista consegue estabelecer com força o seu nome dentro do mercado musical, ou acaba sendo jogado de escanteio para fora, resultando em um lamentável ostracismo.

Em 2017, Harry Styles havia lançado um melhores discos daquele ano, onde praticamente prestava uma homenagem ao maravilhoso Pop/Rock britânico dos anos 60 e 70, demostrando claras influências de David Bowie, Elton John e The Beatles. Agora, ele retorna na reta final de 2019 com “Fine Line”, seu novo álbum de estúdio, e que confirma de vez o enorme talento deste jovem rapaz revelado na maior Boy Band da década, One Direction.

Em pouco mais de 46 minutos, o disco alterna brilhantemente entre momentos mais dançantes e animados, com outros mais calmos e introspectivos. Grandes jóias Pops como “Golden”, “Watermelon Sugar”, “Adore You”, e “Sunflower, Vol 6” trazem em seus respectivos arranjos uma ótima vibe do Pop oitentista com refrãos marcantes e instrumentais muito bem sacados, com teclados/sintetizadores espertos mas ao mesmo tempo, também mantendo elementos mais orgânicos bem interessantes. Um dos pontos mais altos na minha opinião fica por conta da beleza singela de “Treat People With Kindness”, um cativante Popzão Swingin’ London de refrão alá Beatles, e harmonias e melodias deliciosas. Há também espaço para mais momentos mais Folks, acústicos e intimistas em belas faixas como “To Be So Lonely”, “Cherry”, e “Canyon Moon”. “She” é uma linda balada meio épica com quê de Country e conta com um fantástico solo de guitarra meio psicodélico, enquanto que a faixa título “Fine Line”, finaliza o trampo num clima suave e ao mesmo tempo épico, fechando este ótimo disco de forma mais que digna.

Harry Styles vem provando que sua carreira solo só tende a crescer com o tempo, seja musicalmente ou comercialmente. Passa com louvor pelo árdua tarefa do segundo disco, e entrega uma obra contagiante e coesa, mais Pop e ensalorada que seu antecessor, e que comprova muito bem o quanto é possível manter suas influências vivas, e ao mesmo tempo ir criando e revelando sua própria assinatura musical. Ainda é difícil afirmar que se trata de um registro melhor que o seu debut em termos de qualidade, mas sem dúvidas, “Fine Line” se trata de uma evolução libertadora, onde vemos mais a cara do artista em si, do que suas inspirações musicais. Audição recomendada!

Autor: Felipe Silva

28 anos, paulista, corinthiano, e o mais importante, consumidor compulsivo de música! Rock, Soul, Funk, Blues, Jazz, MPB, que a música boa seja exaltada independente de gênero. God bless you all.

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