60 anos de “Chega De Saudade” – O início de uma revolução chamada Bossa Nova

Há inacreditáveis 60 anos atrás, nascia um dos registros mais antológicos da história da música brasileira: “Chega De Saudade” (1959) do lendário e saudoso João Gilberto.

Produzido por nada mais, nada menos que o monstro sagrado Antônio Carlos Jobim, “Chega De Saudade” é um marco histórico para a música brasileira. Em 1959, todo mundo ficou simplesmente perplexo e de queixo caído quando um homem de 28 anos trazia um disco que seria o principal responsável pelo surgimento da Bossa Nova, que se tornou em pouco tempo, um dos gêneros musicais mais aclamados mundialmente, e que era uma nova forma de tocar o clássico Samba, injetando elementos e influências do Jazz americano. O álbum continha uma coleção sublime de maravilhosas canções e pequenas pepitas preciosas que se tornaram standards clássicos da música brasileira.

Entre tantas pérolas, não podemos deixar de reservar alguns espaços nestas mal traçadas linhas para enaltecer algumas jóias como a antológica “Chega De Saudade”, (Composta pela eterna dupla Tom Jobim e Vinícius de Moraes) a cativante e divertida “Lobo Bobo”, a linda elegância de “Brigas, Nunca Mais”, a beleza ímpar das icônicas “Saudade Fez Um Samba” e “Desafinado”, e a maravilhosa malemolência de “É Luxo Só”, que finaliza a obra com chave de ouro e perfeição!

Com uma produção magistral, arranjos extremamente finos e classudos, com sutis e formidáveis toques de cordas, sopros e metais fazendo um casamento perfeito com a excelente e malemolente percussão, no final das contas, o grande e maravilhoso destaque desta memorável obra é a incrível e revolucionária batida de violão de João Gilberto, algo que deixou qualquer violonista na época simplesmente embasbacado com tamanha habilidade e bom gosto, sem deixar de mencionar o fiapo de voz, suave e afinadíssima que João exibia em sua elegante forma de cantar.

“Chega De Saudade” hoje em dia é considerado (com muita justiça) mais do que um disco, e sim como um verdadeiro documento histórico para o patrimônio da história cultural do Brasil, um monolito que historicamente falando, em termos de importância para a nossa música, é equivalente ao homem ter descoberto o fogo para a história da humanidade. Nada mais justo na data de hoje, ouvirmos e celebrarmos os 60 anos de lançamento dessa obra prima.

Autor: Felipe Silva

28 anos, paulista, corinthiano, e o mais importante, consumidor compulsivo de música! Rock, Soul, Funk, Blues, Jazz, MPB, que a música boa seja exaltada independente de gênero. God bless you all.

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