
Hoje o “Entre Acordes” apresenta no quadro “As 100 Melhores Canções de Todos os Tempos”, uma das músicas mais impactantes e icônicas da história da humanidade: “Imagine” de John Lennon. A música foi escrita por John Lennon em 1971, e foi lançada como single no mesmo ano, tornando-se o maior sucesso de sua carreira solo, alcançando o top 3 do Hot 100 da Billboard. A canção também foi lançada no disco de mesmo nome, que foi produzido por John Lennon e Phil Spector.
Com um belo e minimalista instrumental, o marcante e lindo piano de John guia toda a música, acompanhado por uma lendária “cozinha” formada pelos grandes Klaus Voorman (baixo) e Alan White (bateria), e um maravilhoso arranjo de cordas trazendo uma sensação de paz e suavidade para o clima da música, quase que uma espécie de contraste com o forte tom de protesto da letra, o que segundo o próprio John, foi um fator determinante para “Imagine” ter se tornado um hino mundial da paz independente de ideologias e viés políticos.

Em sua icônica letra, a canção cria uma imagem de um mundo utópico, onde haverá mais igualdade entre todas as pessoas, e John Lennon nos propõe imaginar profundamente uma realidade onde não existem os grandes fatores que causaram os maiores conflitos da história: religiões, países e dinheiro. John disse em algumas oportunidades que uma das principais inspirações para a composição foi o livro de poemas “Grapefruit”, escrito por Yoko Ono, e lançado em 1964. A temática dos poemas sempre traziam a força e o poder incrível que a imaginação pode ter sobre a vida do ser humano, e que assim como a letra de “Imagine”, traz uma forte reflexão de que a imaginação é capaz de melhorar o mundo, e por mais inalcançáveis que os desejos imaginários pareçam, estes podem ser atingidos, e o primeiro passo é ser capaz de imaginar profundamente de que é possível. E é exatamente por toda essa influência, que John decidiu dar os créditos de composição também a Yoko.
Uma das declarações mais intensas e polêmicas de John na época foi: “Imagine”, que diz: “Imagine que não tem mais religião, não tem mais países, não tem mais política” é praticamente o manifesto comunista, mesmo que eu não sou particularmente um comunista e eu não pertenço a nenhum movimento”. E prosseguiu: “Não há um estado comunista real no mundo, você tem que perceber que o socialismo que falo não é a forma como algum russo idiota ou algum chinês podem fazer.”

Em considerações finais, pouquíssimas músicas ao longo da história conseguiram atingir um nível icônico tão alto quanto “Imagine”. Com sua poderosa e reflexiva mensagem, o fato é que quando se ouve atentamente e passa a entender todo o contexto da obra, é praticamente impossível ficar indiferente a “Imagine”. Seja por seu tom utópico, político, social ou até mesmo musical, “Imagine” é com certeza uma canção que merece e ainda será muito apreciada e celebrada enquanto este mundo ainda existir.
23/100