E enfim, Neil Young está de volta com a Crazy Horse! Não que ele estivesse sumido, lançando incríveis dez (!) discos desde 2010, mas uma simples menção ao nome do grupo já causa arrepios em qualquer entusiasta do trovador canadense (ainda mais porque não se reuniam desde “Psychedelic Pill”, de 2012). O resultado dessa (mais que perfeita) união é o ótimo “Colorado”.

Young e a Crazy Horse (agora com Nils Lofgren nas guitarras) se isolaram nas montanhas do Colorado, fazendo jams, ao vivo no estúdio (processo esse que foi gravado e lançado no documentário “Mountaintop”). E essa crueza é exalada em todas as músicas do álbum, que, se não reinventam a roda, são, acima de tudo, grandes canções.
Young esbanja sua habitual sensibilidade, em composições pra fazer qualquer um se debulhar em lágrimas. O Country-Rock de primeira de “Think Of Me” (com sua inseparável gaita) já nos dá as boas-vindas. E é nesse campo que algumas das pérolas do disco estão, espalhando melodias de um lirismo nato, na nostalgia de “Olden Days” e “Milky Way”, ou no canto ambientalista de “Green Is Blue”, tudo nos lembra que estamos diante de um dos maiores Singer-Songwriters da história.

As camadas e camadas de guitarras distorcidas não ficam pra trás, quando temos porradas como “She Showed Me Love”, que, embora excessiva, é mais uma daquelas jams intensas, que mostram toda a química da Crazy Horse. “Help Me Lose My Mind” e “Shut It Down” são mais demonstrações do poder instrumental da banda, e como a dupla Nils/Young funciona bem em criar uma “Wall Of Sound” sem igual.
Após tudo o que ouvimos, “I Do” soa como uma afirmação. Neil Young, enquanto estiver vivo, permanecerá relevante, fazendo questionamentos com os quais milhares de pessoas, assim como eu, se identificam. “Colorado” é mais um atestado disso. Revitalizante e com uma aura magnífica, é um presente dessa lenda para seus fãs. Nada como um gostinho dos “Olden Days”, afinal!
