40 Anos do Inoxidável “Live Rust”

Em 1978/79, Neil Young e a Crazy Horse emplacaram a grande turnê “Rust Never Sleeps”, que rendeu o fantástico show (já comentado aqui), e um filme de mesmo nome, documentando a (teatral) performance no Cow Palace. No mesmo ano, Young lança o magnífico “Live Rust”, a trilha sonora do icônico filme, e um disco duplo ao vivo de tirar o chapéu, que completa hoje 40 anos.

O show, à exemplo de seu contemporâneo “Rust Never Sleeps”, é basicamente dividido em duas partes. Com seu violão e sua gaita, Young inicia de maneira calma e acústica. “Sugar Mountain” já garante esse clima, emendando com a belíssima “I Am a Child”, em uma sequência melodiosa de fazer qualquer um cair em prantos. O momento mais catártico desse início é a performance emocionante de “After The Gold Rush”, uma das músicas mais emblemáticas de Young (impossível não se arrepiar com a reação da plateia ao som dos primeiros acordes de piano).

A parte elétrica já se inicia com o petardo “When You Dance I Can Really Love”, e a Crazy Horse vem a todo vapor, com as tradicionais camadas e mais camadas de guitarras distorcidas. Algumas canções são recicladas do “Live Rust”, como o clássico “Hey, Hey, My, My” (e sua irmã acústica My, My, Hey Hey), a melodiosa “Powderfinger” e a porrada Rock ‘N’ Roll “Sedan Delivery”, todas em performances incendiárias, dignas de uma superbanda. O peso é, por vezes, interrompido, como em “The Needle And The Damage Done”, uma das composições mais lindas de Young, ou “Lotta Love”, com sua forte veia de cancioneiro Folk.

Young prova, em suas Jams, que a repetição pode ser algo de um lirismo incrível, como em “Cortez The Killer”, ou o encerramento fantástico de “Tonight’s The Night”, com seu riff infeccioso e pesado, terminando esse fantástico show no mais alto nível.

“Live Rust” é mais um excelente registro ao vivo de Neil Young, e mais um no grande ano de 1979. Seja sozinho ou com a Crazy Horse, ele provou com essa turnê que, com certeza, se recusa a enferrujar-se, dando voz a muitos “Johnny Rottens” por aí afora!

Autor: Caio Braguin

16 anos, baterista, aficionado por música (e todas as formas de arte) desde o berço. Música é minha vida!

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