
Há 50 anos atrás, uma das maiores entidades da história da Black Music americana, lançava um dos discos mais antológicos do Funk: “Stand!” de Sly And The Family Stone.
Formada pelo cantor e multiinstrumentista Sly Stone em San Francisco, a banda de sete músicos de variadas raças e sexos, abriu novos horizontes para a música negra com sua mistura alucinante de Funk, Pop, R&B, Rock e sons psicodélicos.
Em “Stand!”, o grupo atingiu um nível de maturidade musical sem igual, e com cada vez menos medo de explorar diferentes sonoridades, graças a representação presente neste álbum, em que a visão caleidoscópica e sem limites de seu líder Sly, que se sustentou num trabalho de maior fôlego.

O disco foi guiado pelo sucesso da clássica “Everyday People”, um hino eterno a tolerância. “I Want To Take You Higher” (Que se tornou um dos hinos do Festival de Woodstock), é um poderoso Rhythm And Blues que junta o fervor do Gospel, ao Blues da guitarra, e a incríveis linhas de baixo e metais funkeados, com uma batida que claramente a torna como uma precursora da Disco Music. Esse mesmo ritmo altamente suingado, aparece no final da faixa título, a cativante “Stand!”, numa sublime e esperançosa mensagem de orgulho. “Sing a Simple Song” é um poderoso Funk extremamente chacoalhante com fortes e alegres vocais em conjunto, acompanhados por uma sensacional guitarra Funky, e uma cativante harmonia de organ hammond, enquanto que “Don’t Call Me Nigger, Whitey” utiliza efeitos fantásticos e meio alucinógenos de guitarra wah-wah para criar uma vibe mais urbana e sombria.
“Stand!” é sem sombra de dúvidas um dos discos mais fundamentais da história da música negra americana. Com este registro, Sly Stone e companhia saíram da sonoridade mais simplória do Funk tradicional, e pavimentaram o caminho para o tom sociopolítico do Funk/Soul dos anos 70, e que influenciou fortemente até mesmo o Jazz Fusion elétrico de mestres como Miles Davis e Herbie Hancock. A genial e malemolente mistura de gêneros feita neste histórico documento, continuaria a inspirar grandes artistas da Black Music como Prince, Michael Jackson, e até bandas seminais como Red Hot Chilli Peppers. Clássico simplesmente obrigatório!
