
Hoje falaremos do disco de estréia de um dos melhores músicos surgidos na música Pop nos últimos 30 anos: “Let Love Rule” (1989) do cantor, compositor e multi instrumentista Lenny Kravitz, que está completando o seu trigésimo aniversário de lançamento em 2019.
Embora tenha sido apenas um sucesso moderado nos Estados Unidos, o álbum de estréia de Lenny se tornou um sucesso instantâneo enorme em outras partes do mundo. “Let Love Rule” mesclou as influências musicais de Kravitz, que incluíam Rock, Soul, Funk e Folk, em uma mistura contemporânea que ofereceu algo profundo e único à música Pop em 1989. Demonstrando uma incrível e rara maturidade musical logo num debut, Lenny produziu, e também tocou a maioria dos instrumentos do disco, além de ter escrito todas as faixas do LP.

Nascido em Nova York, Lenny desde a infância era um apaixonado por música, sendo influenciado por tudo do Funk/Soul de James Brown, Marvin Gaye e Stevie Wonder, ao Rock and Roll puro na veia de Led Zeppelin, Aerosmith, Jimi Hendrix e The Who. Já mais velho, começou a fazer suas próprias demos, demonstrando um forte interesse em instrumentos antigos e equipamentos de gravação vintage, o que acabou ajudando muita a forjar seu som. Na época, cinco grandes gravadoras ficaram subitamente interessadas em contratar Lenny Kravitz, que acabou optando por assinar com a “Virgin Records” no início de 1989, para então gravar e lançar seu primeiro disco.
O álbum é recheado de canções sensacionais, classudas, e extremamente bem produzidas, das quais se destacam o Folk groovado de “Sitting On Top Of The World”, a cadência Soul da faixa título “Let Love Rule”, que reúne um mix incrível de sensações sonoras, desde a forte linha de baixo, vocais alucinantes de Lenny, e poderosos solos de organ hammond e trompete. O Funky Rock de “Freedom Train” e “Fear” exibem um groove simplesmente animal alá Funkadelic, com baixos e guitarras deliciosamente suingados, enquanto que “My Precious Love” é uma lindíssima balada estilo Gospel, de arranjo instrumental belíssimo e vocais fortes muito comoventes. “Mr. Cab Driver” foi um dos singles de sucesso do disco, e tem clara influência de Lou Reed em sua composição (Mas claro que com todo o groove característico de Lenny), e “Rosemary” é uma bela e inspirada balada Soul/Blues de interpretação emocional à ser cantada à plenos pulmões.

Para finalizar, “Let Love Rule” é uma excelente estréia de um dos músicos e cantores mais talentosos da música Pop, um grande disco que reúne 13 intensas músicas de Funk e Rock retrô poderosas e muito honestas. O som de Lenny já poderia ser considerado um derivado entre guitarras que soavam como Hendrix, a bateria que lembrava Ringo Starr, e dos arranjos dos instrumentos de sopro muito influenciados pelo maravilhoso som da Motown. Por isso, ninguém era sequer capaz de negar que este álbum de estréia era forte e com muita alma, já que as composições de Lenny eram formidáveis, e sua voz cheia de feeling altamente influenciada pelo Gospel. No final, a certeza que eu tenho é uma só: Se “Let Love Rule” tivesse sido concebido em 1969, ninguém hoje em dia cometeria o equívoco de lhe negar o status de clássico.