“Dancing Machine”: Os 45 anos da incrível máquina de dança dos irmãos Jacksons

Há 45 anos atrás, os The Jackson 5 lançavam um dos melhores discos da trajetória do grupo: O excelente “Dancing Machine” (1974).

Infelizmente, o grupo nessa época já não desfrutava do gigantesco sucesso que haviam feito em seus primeiros anos de Motown Records, e isso acabou resultando em alguns conflitos internos (Michael estava começando a ter sérias dificuldades em se adaptar a sua voz que sofria por grandes mudanças entre a infância e a juventude, e ele com todo o seu talento, conseguiu driblar isso com maestria), e uma clara insatisfação por parte do grupo com a gravadora por não ceder a eles o espaço e a oportunidade que os irmãos tanto desejavam de escrever e produzir seus próprios trabalhos. Felizmente, mesmo com toda essa crise interna entre grupo X gravadora, “Dancing Machine” é um disco maravilhoso de Soul/Disco/Funk, e um pedaço fundamental da discografia dos irmãos Jacksons na Motown, e até mesmo em toda a carreira deles.

Partindo para as músicas, logo na abertura temos uma maravilha chamada “I Am Love”, que começa como uma bela balada Soul banhada no organ hammond com uma bela interpretação de Jermaine, mas que a partir da metade se transforma num poderoso Funk/Rock com toques de Progressivo, desta vez com Michael comandando os vocais principais, e com direito a solos de guitarra alucinantes. A faixa seguinte é “Whatever You Got, I Want”, e traz Michael no vocal principal num delicioso petardo Funk com um groove malemolente irresistível, destaque para a grande linha de baixo, e um naipe de metais muito suingado. “She’s A Rhythm Child” é mais um poderoso Funk com uma guitarra cheia de efeito Wah Wah muito groovado, uma melodia cativante, e um belo dueto entre Michael e Jermaine. Na continuidade, temos a clássica faixa título e mega hit “Dancing Machine”, um inesquecível Pop/Funk de uma malemolencia incrível, e uma verdadeira aula de interpretação do jovem Michael, exibindo um carisma encantador em sua voz, um puta clássico!

No lado B, o disco segue mantendo um grande nível na frenética e cativante “Life Of The Party”, numa pegada Funky bem acelerada. “What You Don’t Know” é mais um tema Funk cheio de suinge com um maravilhoso trabalho de percussão meio latina/africana, e o jovem Michael mais uma vez transbordando talento e maturidade numa grande interpretação. “If I Don’t Love You This Way” e “It All Begins And Ends With Love” são duas lindas baladas com harmonias vocais sublimes, e são responsáveis por dar uma desacelerada no ritmo, e traz toda a beleza e a calmaria do Soul ao álbum. E a faixa final que encerra o disco “The Mirrors of My Mind” é uma grande jam Funk que assim como a primeira faixa, traz uma forte influência do Progressivo, finalizando o disco com um nível de qualidade altíssimo.

“Dancing Machine” é um discaço maravilhoso de um maiores grupos da história da Motown, e que mesmo em meio a tantos problemas que existiam entre os irmãos e a gravadora na época (E que infelizmente se agravariam no ano seguinte com a saída dos Jackson 5 da lendária gravadora) ainda assim foram capazes de lançar um estupendo álbum que rendeu um grande sucesso que o grupo já não estava mais tendo nos últimos tempos. Recomendadissímo para todos os apreciadores de Soul/Disco/Funk!

Autor: Felipe Silva

28 anos, paulista, corinthiano, e o mais importante, consumidor compulsivo de música! Rock, Soul, Funk, Blues, Jazz, MPB, que a música boa seja exaltada independente de gênero. God bless you all.

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